sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Abraços Partidos (Los Abrazos Rotos)

Diretor: Pedro Almodóvar

Elenco: Penélope Cruz, Lluís Homar, Blanca Portillo, José Luis Gómez, Tamar Novas, Rúben Ochandiano, Lola Dueñas

Gênero: Drama

Ano: 2009







Comparativamente aos seus colegas europeus a cinematografia de Almodóvar é muito vívida, moderna e intensa, as famosas sequências do filme dentro do filme se repetem, uma referência a si mesmo como diretor e especialmente à Mulheres a Beira de um Ataque de Nervos.

Almodóvar com evidente razão tem como musa Penélope Cruz, que interpreta Lena uma humilde garota que busca sua redenção através da carreira de atriz. Dividida entre o amor obcecado de um rico empresário que lhe oferece conforto e dedicação e a paixão avassaladora e criativa pelo diretor do filme que protagoniza.

Passado em parte na década de 90, Abraços Partidos alterna entre presente e futuro para contar como as coisas se transformaram radicalmente, afinal de contas o diretor mudou de nome e se tornou um roteirista portador de deficiência visual e sua amada nada mais é que uma lembrança.

Algumas cenas já clássicas valem o filme, como a leitura labial na sala de cinema, o sexo sufocante de Lena com seu velho marido e algumas outras.

Infelizmente nem só de acertos este filme existe e muitas pontas ficam soltas ou personagens fora de lugar, apenas o quarteto principal se sustenta do início ao fim e não há grandes reviravoltas.

A agente de Mateo e seu filho não trazem em nenhum momento um drama sólido e com significado, parecem pequenas pontas que ganharam um espaço desnecessário, todas as cenas do filho sem a presença de Mateo poderiam ser suprimidas do filme sem risco de perda no roteiro, talvez significasse até um ganho no resultado final.

Não inesperadamente Penélope e Lluís Homar sustentam bem seus papéis e os apreciadores do diretor obviamente não devem perder a oportunidade em vê-lo.

Excessos de simbolismos à parte, Almodóvar é sempre Almodóvar.


Pontos Altos: O morto na cama, o diálogo do filme dentro do filme, a cena do tomate, todas as cenas da leitura labial, o humor característico

Pontos Baixos: Todas as cenas do filho da agente, inferior aos últimos filmes lançados, sem surpresas, previsível

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