quinta-feira, 30 de julho de 2009

The Cake Eaters

Diretor: Mary Stuart Masterson

Elenco: Aaron Stanford, Bruce Dern, Elizabeth Ashley, Jayce Bartok, Miriam Shor, Talia Balsam, Jesse L. Martin, Kristen Stewart

Gênero: Drama

Ano: 2007







Do cinema norte-americano independente vez ou outra surge um filme interessante que acaba ganhando destaque no circuito comercial pelos seus méritos próprios, sem o auxílio da divulgação de um grande estúdio. Por outro lado também acontece que a maioria destes é esquecida e quase ninguém sabe de sua existência. É o caso deste filme que nem foi lançado no Brasil até o momento, apesar da protagonista ter chegado ao auge de seu sucesso com sua participação em Crepúsculo.

The Cake Eaters é um drama honesto e tocante que aborda a vida de duas famílias no interior dos Estados Unidos e sua necessidade de se relacionar pelas mais diversas razões.

Georgia tem 15 anos e uma doença degenerativa que lhe proporciona dificuldade na fala e problemas de locomoção, a consciência da fragilidade da sua vida não a impulsiona a sentir pena de si mesma e ela quer viver sem estar protegida o tempo todo.

Teoricamente pode parecer que é uma lição de vida ou então um drama devastador, a realidade é que The Cake Eaters não apela a essas soluções, sua protagonista quer ter os prazeres normais da adolescente que é por mais que aparente ser uma sofredora.

Obstinada ela envolve um simplório garoto para que ele tire sua virgindade. Georgia quer transar antes de morrer, não há razão em se esperar um grande amor sabendo que pode não viver até a próxima semana.

A sensibilidade da direção de Mary Stuart Masterson faz com que visualizemos o universo adolescente de forma diferenciada e nos faça refletir sobre os preconceitos involuntários que despejamos nas pessoas que não nos parecem normais.


Pontos Altos: Tema dramático com abordagem correta

Pontos Baixos: Peruca absurda(!!!) da Kristen Stewart pós corte de cabelo “radical”

Bubble

Diretor: Steven Sodebergh

Elenco: Debbie Doebereiner, Dustin James Ashley, Misty Dawn Wilkins, Omar Cowan, Laurie Lee, David Hubbard, Kyle Smith, Decker Moody

Gênero: Drama

Ano: 2006







Bubble é uma auto intitulada experiência de Soderbergh, o projeto de baixo orçamento previa o incomum lançamento quase que simultâneo em salas de cinema, televisão paga e dvd e ainda um elenco desconhecido formado por pessoas comuns sem nenhuma experiência na atuação profissional.

A vida comum dos habitantes de uma pequena cidade dos Estados Unidos se demonstra extremamente monótona e enfadonha, especialmente a inescapável rotina de uma fábrica de bonecas onde Martha e Kyle, trabalhadores braçais especializados em rotinas diferentes são obrigados a conviver e conversar por pura falta de opção.

A amizade entre um jovem rapaz com uma senhora obesa se define entre a necessidade de uma socialização e o possível afeto implícito entre eles, a ausência de perspectiva entre todos somente aumenta a percepção de que algo irá acontecer para alterar a realidade dos personagens.

O aumento da demanda da fábrica nos faz vislumbrar uma crise, afinal a solução para a empresa é a contratação de uma inquieta jovem chamada Rose que logo em sua apresentação demonstra um interesse pelo único jovem minimamente interessante Kyle.

O filme de Soderbergh não utiliza trilha sonora, recursos de câmera ou vícios de interpretação, a ausência desses elementos tão usuais pode afastar o espectador comum, por outro lado essa diferenciação é hipnótica para os que se propõem a assisti-lo e nos envolve num mistério sem pistas do que pode advir do encontro de pessoas tão ordinárias.

Revelar mais sobre o roteiro de Bubble é estragar o impacto de um fato que revoluciona a narrativa do filme, é importante apenas dizer que a descrição não é capaz de expressar o inegável talento de Soderbergh como um contador de histórias.

A direção é uma arte não precisa de tantos recursos como imaginamos.


Pontos Altos: Orçamento baixo com resultado ótimo, rostos novos, narrativa interessante

Pontos Baixos: Impossível não imaginar quanto dinheiro não é desperdiçado na maioria dos filmes

Feliz Natal

Diretor: Selton Mello

Elenco: Leonardo Medeiros, Paulo Guarnieri, Graziella Moretto, Darlene Glória, Emiliano Queiroz, Emílio Orciollo Neto, Lucio Mauro

Gênero: Drama

Ano: 2008







Ceias de natal são naturalmente tensas, o reencontro imposto socialmente pode ser o palco para confrontos e acerto de contas além dos temidos inconvenientes causados especialmente pelo teor alcóolico elevado de algumas pessoas menos comedidas.

Feliz Natal é um filme sobre a infelicidade e solidão humana que se revelam num momento onde todos deveriam supostamente estar celebrando e agindo com mais afeto, obviamente não é segredo que a ceia é muitas vezes o palco para memoráveis momentos de constrangimento e acirramento de conflitos.

Selton Mello estreia na direção com um viés muito menos comercial que lhe é comum, figura fácil em televisão, grandes lançamentos cinematográfico e também em propagandas o ator navega num terreno que lhe é duplamente estranho, direção e drama.

O elenco experiente só faz comprovar uma teoria, o talento dos atores não se reverte automaticamente em boas interpretações, a direção de elenco quando não bem encaminhada resulta numa atmosfera de não veracidade onde os diálogos e situações são tão estranhos quantos pouco familiares.

Não fica claro se a linguagem cinematográfica totalmente distinta da televisiva e do próprio teatro, é a resposta para a interpretação tão sem força do elenco.

Feliz Natal não tem uma grande história, sua força viria da problemática relação familiar que não funciona devido a falta de integração do elenco que não convence como família.


Pontos Altos: Atores sendo resgatados do limbo

Pontos Baixos: Direção pretensiosa, relações sem liga, interpretações infantis totalmente terríveis