Um Beijo Roubado (My Blueberry Nights)

Diretor: Kar Wai Wong
Elenco: Norah Jones, Jude Law, David Strathairn, Natalie Portman, Hector A. Leguillow, Rachel Weisz, LaVita Brooks, Nate Bynum, Chad R. Davis, Trent Dee, Frankie Faison Ano: 2008

Mais uma vez falando sobre amor (assistam 2046) Wong estréia seu primeiro filme falado em inglês.
E com um elenco muito variado incluindo o inglês Jude Law e a também estreante Norah Jones, Wong realiza um filme sensível sobre a natureza imprevisível das relações humanas.
Norah Jones é Elizabeth, uma jovem que se sente completamente perdida e desesperada ao ver seu relacionamento com um namorado terminar de forma abrupta e que busca no café de Jeremy (Jude Law) encontrar seu amado ou respostas, pois lá seria um dos cenários constantes de seu antigo relacionamento.
Jeremy mantém em seu café as histórias de seus clientes em forma de chaveiros num jarro que são deixados para serem encontrados por alguém e isso nem sempre ocorre, mas estão ali permanentemente à espera de encontrarem portas que possam ser abertas.
Elizabeth ao freqüentar com assiduidade o café de Jeremy acaba estabelecendo um relacionamento afetivo com o mesmo até o momento que resolve sair dali e iniciar uma viagem incerta para superar o namorado, no entanto por todo o tempo ela manda cartões postais para Jeremy conversando com seu único aparente referencial restante.
Durante sua longa viagem de um ano ela trabalha exaustivamente (pero no mucho) para driblar sua insônia e se depara com várias pessoas e é através delas que as mudanças internas se operam, apenas ao ver os problemas pessoais de estranhos que Elizabeth consegue alcançar o distanciamento e a clareza necessários para superar seus próprios assuntos pendentes.
Um beijo roubado é um filme essencialmente sobre a conflituosa relação humana acerca das diferentes formas como o amor pode ser expresso, exercido ou rejeitado.
Wong utiliza recursos de filmagem e enquadramento variados no filme que fazem toda a diferença na construção do drama além de atuações vigorosas como a de Rachel Weisz.

Assistam.

Pontos Altos: Takes diferenciados, elenco entrosado, trilha sonora
Pontos Baixos: Cabelo do Jude Law.

O Orfanato (El Orfanato)

Diretor: Juan Antonio Bayona
Elenco: Belén Rueda, Fernando Cayo, Roger Príncep, Mabel Rivera, Montserrat Carulla, Andrés Gertrúdix, Edgar Vivar
Ano: 2007
Gênero: Terror/Drama/Suspense

O filme começa com o tal Orfanato do título quando a protagonista Laura é adotada, trinta anos mais tarde Laura com sua família se muda para a mansão com o intuito de ali viver e criar um centro de cuidados especiais para crianças com deficiências.
O filho de Laura (Belén Rueda) aparentemente por estar solitário começa a se comunicar com amigos invisíveis e tal relacionamento intangível aos olhos de seus pais começa a se intensificar o que deixa sua família preocupada.
Simon (Roger Príncep) tenta explicar para sua mãe a dinâmica de suas relações com os tais amigos, porém até certo ponto Laura não dá a devida atenção aos devaneios fantasiosos do filhinho.
Quando a família resolve dar uma festa na mansão para conhecer as crianças excepcionais e suas famílias Simon depois de brigar com sua mãe desaparece.
É neste ponto que o filme começa a mudar de ritmo, num misto de desespero e loucura a mãe do garoto procura a polícia e sem sucesso acaba por buscar alguma resposta através de uma parapsicóloga.
Aqui se inicia uma semelhança com ‘Os Outros’ pois Laura se propõe a buscar no sobrenatural o paradeiro de seu filho, ela tenta reviver os dias em que viveu no orfanato acreditando que desta forma se comunicaria com as crianças que eram suas amigas e que supostamente estavam se comunicando com seu filho.
O filme tem a trilha correta, mistérios resolvidos de forma cadenciada e quase verossímil prendendo a atenção até o fim.

Pontos Altos: Belén Rueda e o final
Pontos Baixos: Benigna muito estranha

Gente Como a Gente (Ordinary People)

Diretor: Robert Redford
Elenco: Donald Sutherland, Mary Tyler Moore, Timothy Hutton, Judd Hirsch, Elizabeth McGovern, M. Emmet Walsh, Dinah Manoff
Ano: 1980
Gênero: Drama

Temos aqui a história de uma família americana suburbana que após a morte acidental de seu primogênito e posterior tentativa de suicídio do filho mais novo tentam com muitas dificuldades lidar com a perda e ter uma vida normal.
Conrad Jarrett (Timothy Hutton) é o atormentado filho que sobreviveu à tragédia que levou à morte o seu irmão, sentindo-se culpado sua vida de estudante e filho não é mais a mesma e ele tenta com a ajuda do compreensivo pai e de seu terapeuta aceitar os fatos e os próprios sentimentos.
Calvin Jarret (Shuterland) é um pai amoroso e preocupado, mas que se vê numa situação difícil, pois sua esposa Beth (Mary Tyler Moore) não demonstra afeto pelo filho e está sempre disposta a tudo para manter as aparências da família perante amigos e sociedade.
A oscarizada estréia na direção de Robert Redford apresenta de forma sensível e sem rodeios temas delicados como perda, amor e desamor.
O elenco excelente produz um filme contundente e emocionante que dificilmente quem assiste não se envolve e familiariza.
O final é muito bom.
Assistam.

Pontos Altos: Elenco e direção, sessões de terapia que resolvem delicadeza e realismo.
Pontos Baixos: Não tem

Grindhouse: Planet Terror

Diretor: Robert Rodriguez
Elenco: Freddy Rodríguez, Rose McGowan, Marley Shelton, Josh Brolin, Michael Biehn, Naveen Andrews, Michael Parks, Jerili Romeo, Bruce Willis
Ano: 2007
Gênero: Sangue

Planet Terror de Rodriguez faz parte do projeto Grindhouse iniciado por Tarantino (que dirigiu Death Proof), uma homenagem aos filmes B dos anos 70 que transbordavam sangue, sexo e humor.
Robert Rodriguez usa temas atuais como Bin Laden, armas químicas e indústria bélica como pano de fundo pra sua carnificina bem humorada.
Freddy Rodríguez juntamente com Rose McGowan formam o casal principal que bota pra quebrar com os zumbis.
As seqüências de ação são rápidas e espertas e muitas vezes engraçadas. Cherry se adaptando a sua condição de perneta rende ótimos momentos e quando sua perna recebe um implante de pé de mesa e mais tarde de metralhadora ela utiliza todas suas coreografias de go go dancer pra conseguir dar fim nos zumbis.
Os efeitos especiais estão na medida do nojento e do exagerado o que dá o tom necessário pra esse tipo de filme.
Planeta Terror é puro entretenimento e não deve ser visto como nada sério e também não tem o que pague ver a participação especial de Fergie sendo a primeira vítima das criaturas.

Opinião pessoal agora: Dois filmes do projeto Grindhouse já são mais do que suficientes.

Pontos Altos: A mãe com a mão anestesiada tentando dirigir, Fergie sendo comida, Participação especialíssima de Tarantino, Bruce Willis.
Pontos Baixos: Morte do menino total nonsense (assistam pra entender)

Crime Delicado

Diretor: Beto Brant
Elenco: Marco Ricca, Lilian Taublib, Felipe Ehrenberg, Maria Manoella
Ano: 2005
Gênero: Drama








Há anos eu tinha curiosidade em ver esse filme, tanto que eu achei que fosse mais velho mas não é verdade, ele é novo até.
Beto Brant neste filme opta por uma linguagem teatral eu espero que por convicção, porém eu não fui ao teatro então não aguentei assistir meia hora do filme.
Basicamente temos Marco Ricca um crítico teatral que se interessa por Lilian Taublib que é uma mulher perneta ou deficiente física, como preferirem ok?
Só que a linguagem do filme não dá, temos que ver trechos de várias peças e o crítico lê em voz alta todas suas opiniões e textos.
Pra mim isso quer dizer uma coisa apenas: Não temos roteiro suficiente pra um filme então vamos encher lingüiça.
A atriz sem uma das pernas não é boa, aliás ela é bem ruim.
E esse filme... nao vou ver não.


Não sou obrigado.

Tamara

Diretor: Jeremy Haft
Elenco: Matthew Marsden, Chad Faust, Gil Hacohen, Claudette Mink, Jenna Dewan, Melissa Elias, Chris Sigurdson, Katie Stuart.
Ano: 2005
Gênero: Terror teen

Tamara é uma garota introvertida que não possui amigos, mora com um pai abusivo em cima de uma loja que conserta VHS (sim isso mesmo... ou eu estava drogado quando assisti e nada mais me lembro).
Mas Tamara tem nos seus estudos de bruxaria e na literatura seu refúgio e é por isso que começa toda a confusão. Nossa menina resolver fazer um feitiço que lhe garante o renascimento como uma Fênix e poderes que a auxiliam a conseguir tudo o que quiser, e o que queria mesmo era conquistar seu amado e comprometido professor de inglês com a tal bruxaria, mas no último momento quando deveria derramar seu sangue com um punhal Tamara não tem a coragem. Nerd patética né?
As coisas começam a ficar pesadas no colégio clichê de Tamara quando um artigo seu sobre drogas de desempenho nos esportes estampa o jornal do colégio e muitos atletas são prejudicados. E nossa pobre garota é odiada pelos bonitões do colégio que irão “ensinar uma lição pra essa piranha”.
A namorada de um deles descobre que a garota tentou sem sucesso beijar o professor de Literatura e a partir daí eles planejam a vingança.
Enganada Tamara vai até um quarto de motel onde deveria encontrar seu amado e enquanto isso uma turminha do colégio que é um mix entre gente do bem e gente do mal fica no quarto ao lado assistindo tudo. Ela fica quase pelada e aí um dos caras entra e começa f ilmar e tirar o maior sarro da pobre.
Resumindo Tamara sai correndo e descobre o outro quarto do mal, e lá começa a se pegar com todo mundo porque afinal de contas ela ficou muito louca com aquilo tudo e então ela acidentalmente bate a cabeça numa mesinha e morre ali mesmo.
Daí parece um desses filmes que todo mundo já viu, a discussão se devem ligar pra polícia ou se devem salvar o futuro e a faculdade ao enterrar aquela infeliz que ninguém vai sentir falta. E ela é enterrada é claro.
Mas ela volta dias depois toda gostosa e com roupas novas (roupas que vieram do Inferno né porque ela era pobre de marré) e a nova Tamara é confiante e peituda e cheia das piadas de frases de duplo sentido.
Obviamente ela quer vingança desse povo todo e ela vai matando alguns e outros sobrevivem, aquela coisa de sempre na luta contra o mal encarnado.

O filme é uma bosta é claro, mas vamos às cenas importantes!

Cena Um: Tamara chega na casa do professor que a fica olhando e ela diz: “Está ficando molhada...” E depois ela completa pra espanto do professor: “A mesa, com seu copo gelado..”

Cena Dois: Tamara manda o pai ser bêbado mesmo e tomar toda a cerveja da casa, como ela tem poderes ele não só obedece como mastiga uma garrafa de vidro como se fosse hóstia.

Cena Três: No final Tamara tem uma crise de consciência, mas como seu corpo começa a se deteriorar ela desencana acho aquilo tudo muito inapropriado e volta a ser má, é claro.

Pontos Altos: Good girl gone bad and bitchy.
Pontos Baixos: O filme como um todo.

Saneamento Básico - O Filme

Diretor : Jorge Furtado
Elenco: Fernanda Torres, Wagner Moura, Camila Pitanga, Bruno Garcia, Tonico Pereira, Janaína Kremer, Lázaro Ramos, Paulo José
Ano: 2007
Gênero: Comédia

Um filme brasileiro que não parece novela, não se passa no sertão nordestino nem numa favela de uma metrópole, tampouco discute a ditadura militar ou então se assemelha com uma novela global.
Saneamento Básico é uma comédia de qualidade com atores excelentes com ótima química e espontaneidade que nos fazem rir com um humor inteligente e simples.
Numa pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul os habitantes se reúnem pra discutir como reivindicar junto à prefeitura a realização de uma obra de saneamento que acabasse com o esgoto a céu aberto que além do odor desagradável têm causado doenças como micoses nos moradores.
Uma funcionária da prefeitura sensibilizada com a causa garante aos moradores que não haverá verba para esse tipo de obra no ano corrente, mas ao mesmo tempo ela sugere que a solução não seria tão difícil, pois existe uma verba para a realização de um curta de ficção que o governo federal liberou para cidades com menos de 20 mil habitantes.
A confusão começa, pois além de não saber exatamente qual o significado de “ficção” os simplórios moradores não possuem a mínima idéia de como realizar um filme.
O humor todo se dá na precariedade das filmagens, na dificuldade em produzir e filmar 10 minutos de um filme de ficção que se enquadre na construção da obra.
Temos o monstro do fosso, a mocinha que é atacada e não sobrevive, o cientista e o herói.
Jorge Furtado nos dá esperança no cinema brasileiro que apesar do aumento de produção tem demonstrado falta de criatividade e muita direção ineficiente.

Pontos Altos: A mocinha do filme dentro do filme se chama Silene Seagal, o monstro dança funk ao bater nos humanos, Paulo José e Tonico Pereira
Pontos Baixos: Mais um filme com Lázaro Ramos e Wagner Moura? Gente nova por favor!

A Lenda De Beowulf

Diretor: Robert Zemeckis
Elenco: Angelina Jolie, Ray Winstone, Brendan Gleeson, Crispin Glover, Anthony Hopkins, Robin Wright Penn, John Malkovich
Gênero: Animação

Algumas animações adultas são excelentes (assistam Persépolis), obviamente não é o caso desse filme que é uma verdadeira bomba biológica de destruição em massa dos terráqueos insolentes.
A história se baseia num poema épico anglo-saxônico de autoria desconhecida que versa sobre as façanhas de um herói escandinavo que é o nosso amigo Beowulf, não vamos analisar a importância da história em reação aos romances épicos que foram escritos depois, vamos falar logo desse filme ma-ra-vi-lho-so.
Beowulf é digitalmente interpretado por Ray Winstone que chega no reino do monarca Hrothgar (Anthony Hopkins) para através de sua bravura destruir o demônio Grendel que tem espalhado horror e morte. A mãe do demônio é a bela e perigosa capetinha Angelina Jolie.
Temos toda aquela estética de taverna medieval com sexo, vinho e truculência nesta animação, o que envergonha porque uma lambida digital em seios fartos deixa bem claro que temos um nerd punheteiro fazendo direção de arte ou algo do gênero.
A luta de Beowulf e o demônio Grendel animada digitalmente é embaraçosa, o guerreiro faz questão de lutar pelado (porque armas humanas não destroem a criatura) e então ficamos lá vendo o herói pelado tentando matar o demônio. Mas ele consegue pelado o que os outros armados nunca conseguiram e dá cabo da criatura de origem misteriosa que depois é revelada.
Depois da festa a mãe da criatura a solitária demônia sem nome mata na surdina de forma extremamente violenta quase todos os amigos de Beowulf, daí o herói vai atrás dela pra trazer tranqüilidade definitiva pros locais. Porém a sedutora demônia faz uma proposta que o ganancioso herói não resiste, e anos depois chegam as conseqüências com a chegada de um furioso dragão.
Pra quem fez tanta gente sangrar essa mãe é simpática demais com o herói, Angelina não se esforçou nem um pouco na atuação sendo com muita chance de acerto sua pior interpretação já vista.
Eu sinceramente não entendo como astros de primeira aceitaram participar do projeto, acho que eles não tinham noção do resultado final. Animações infantis conseguem ser muito mais emocionantes e os personagens de Beowulf mais parecem bonecos que lembram aquele ator conhecido. Talvez a experiência do filme em 3D que houve em escassos cinemas fosse mais tocante, mas em termos convencionais temos um filme completamente descartável.
Robert Zemeckis é o responsável pela trilogia “De volta ao Futuro” e o passado do diretor é obviamente muito mais interessante e agradável de ser visto do que essa porcaria.

Pontos Altos: Ter seu corpo original meia boca recauchutado digitalmente e não precisar se maquiar nem usar figurino nenhum pra interpretar um filme.
Pontos Baixos: Ninguém aceitaria um jogo assim no seu Playstation, os seres animados parecem bonequinhos.

Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Diretor: Tim Burton
Elenco: Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Alan Rickman, Timothy Spall, Sacha Baron Cohen, Jayne Wisener, Jamie Campbell Bower, Laura Michelle Kelly
Gênero: Musical

O musical começa com Benjamin Barker (Depp) retornando em um navio com um jovem marinheiro para Londres, cidade da qual foi deportado 15 anos atrás por um juiz que havia se interessado por sua esposa Lucy e que via como única forma de possuir aquela linda mulher utilizar-se de sua influência nos tribunais e mandar Benjamin pra casa do chapéu.
Depp retorna como Sweeney Todd e se dirige à sua antiga residência onde encontra Sra. Lovett uma viúva que ali possui uma loja de tortas que ninguém aparece pra comer uma fatiazinha.
Através da bem informada Sra. Lovett, Todd descobre que sua amada havia se envenenado e sua filha Johanna havia sido criada como filha-prisioneira do juiz Turpin. Neste ínterim o jovem marinheiro amigo de Todd vê Johanna através de uma janela e se apaixona.
Todd e Lovett acabam por se associar e os homens assassinados em sua barbearia viram recheios das tortas. A carne era cara mesmo e os gatos escassos e magros...
E o pequeno negócio de Lovett começa a crescer.
As interpretações são todas irretocáveis tais quais os figurinos e a fotografia que refletem o estado de espírito torturado do barbeiro.
Sobre a interpretação musical, seja lá qual foi o truque do estúdio, são ótimas letras e as performances vocais no mínimo razoáveis. Sendo destaque positivo Helena Bonham Carter (Sra Lovett) e o estreante Jamie Campbell Bower (Anthony Hope, o marinheiro in love).
Musicais não são pra qualquer um isso é um fato, mas quem aprecia o tom sombrio das obras de Burton e não se incomoda com cantorias o filme vale a pena ser visto.

Pontos Altos: Estética, interpretações e sangue jorrando pra todos os lados.
Pontos Baixos: Quase duas horas de cantoria?

Satan's Little Helper (vencedor da enquete)

Satan’s Little Helper (2004)

Diretor: Jeff Lieberman
Elenco: Alexander Brickel, Katheryn Winnick, Stephen Graham, Amanda Plummer, Wass Stevens, Joshua Annex
Gênero: Sangue

Falemos de um filme de horror trash para mostrar que nós temos gosto variado, afinal de contas eclético é um adjetivo que realmente temos medo.
Douggie é um garoto de 8 anos e obviamente um futuro boçal. É Halloween e há alguns dias o pai deste garoto comprou para ele o jogo que dá o nome ao filme, é um jogo bem mal feito no qual há o Satã e o seu ajudante que vão matando todo tipo de pessoas e ganhando pontos com isso.
O nosso ‘little helper’ fica viciado nesse game e sua mãe acaba incentivando o negócio todo fazendo uma fantasia de ajudante do capeta pro menino passar o Halloween. Douggie adora sua irmã Jenna que estuda fora da cidade e chega para passar esse ma-ra-vi-lho-so feriado com sua família e irmãozinho.
Mas nosso amiguinho fica muito bravo, pois ela traz consigo um namoradinho e Douggie no alto de sua estupidez acredita que irá casar com a própria irmã apesar de sua mãe explicar que isso é incesto.
Jenna chega com Alex seu namoradinho na residência e o rapaz é bem mal recebido pelo pequeno boçal, mas ele quer conquistar a garota e na tentativa de agradar o menino pensa que se vestir de Satã pode ser assim uma idéia brilhante de aproximação.
Douggie se irrita com tudo e todos e resolve dar um rolê pela pequena cidade que mesmo à luz do dia já está fantasiada e curtindo loucamente o feriado. Certeza que halloween diurno é mais barato pra filmar. No caminho ele flagra um homem fantasiado de coisa ruim com um terno/paletó/costume oversized - hoje em dia estaria no desfile do Hercovitch - e matando um cidadão e nosso pequeno garoto fica todo feliz, pois acha que encontrou o herói do seu jogo e logo oferece seus préstimos como ajudante.
Ao levar o psicopata fantasiado para casa, mãe e filha acham tudo muito lindo, pois acreditam que atrás daquela fantasia está Alex o namorado esforçado. Mal sabem elas que Douggie quer mesmo que seu amigo encapetado dê um fim no namorado que está pegando sua irmã.
Jenna acha muito legal tudo, e abraça o Satã que aproveitando a situação aperta os seios dela na frente do irmãozinho que acha tudo muito sensacional e faz jóia pro capeta. O Satã que não é bobo nem nada leva a garota pro quarto e no maior dos amassos levanta a saia da moça e faz um sexo oral básico de más-ca-ra, mas logo volta a ser violento e por sorte Douggie aparece e impede que uma tragédia aconteça. Imagina a concepção do bebê de Rosemary ou uma morte sangrenta né.
Douggie e Satã passeiam e o sangue corre solto e NINGUÉM impede. A cidade fica num caos completo e o Satã faz o que bem entende.
Basicamente é isso, mas vamos as “melhores” partes?

Cena 1: Satã ao entrar no porão da família cheira as calcinhas da mamãe.

Cena 2: Satã pega um gato esmaga na parede e escreve ‘BOO’ com o sangue do felino.

Cena 3: Satã e o garoto se cumprimentam com saudações nazistas.

Cena 4: Ao sair do mercado a dupla brinca de pontuar atropelando pessoas no estacionamento com o carrinho de compras, temos: grávida, carrinho de bebê e cego tudo no mesmo estacionamento que quando atingidos são arremessados muuuito longe.

Cena 5: Depois de invadir a casa de uma velha de andador e jogar a senhora longe o vaidoso Satã arruma suas madeixas em frente ao espelho.

Cena 6: O pai da família é assassinado brutalmente pelo Satã com uma facada na barriga que culmina na retirada do seu intestino que vira uma corda sanguinolenta amarrada numa cadeira pelo capeta.

Cena 7: Ao perceber que o Satã está fantasiado de Jesus, Douggie nosso querido protagonista grita: Jesus é Satanás! Jesus é Satanás!

Cena 8: Mãe vestida de Carmem Miranda (Ai que susto!) é enrolada em fita adesiva e fica andando como uma múmia pela festa de Halloween na companhia do sexy Satã.

Pontos Altos: Tudo é absurdo, bizarro, afetado e impossível.
Pontos Baixos: Satanás não mostra a face o que nos deixa morrendo de medo de sair de casa.

Os Indomáveis (3:10 to Yuma)

Diretor: James Mangold
Elenco: Russell Crowe, Christian Bale, Chris Browning, Chad Brummett, Kevin Durand, Hugh Elliot, Peter Fonda, Ben Foster, Jason Henning, Henry Herman
Gênero: Bang bang

Filmes de faroeste precisam de testosterona então Hollywood chama quem? Russel Crowe é claro. Aqui ele incorpora Ben Wade um temido fora-da-lei com uma gangue que apavora todo o velho oeste com roubos, mortes e toda aquela coisa que vocês já imaginam.
Christian Bale é Dan Evans um pai de família no melhor estilo loser, não tem um centavo, nem nada vivo na horta além disso, é perneta (amputação de guerra) e o filho acha ele o maior bunda mole do MUNDO.
Pra resolver isso tudo de uma vez, após a captura de Ben Wade nosso papi se oferece para auxiliar na viagem que irá levar o pior bandido do mundo para uma estação de trem e por fim à prisão. O trem é o das 3:10 para Yuma é claro.
Não preciso contar que acontece de tudo no caminho tal como tiroteios, índios guerreiros e blablabla.
Enquanto isso a gangue tenta encontrar Ben sendo chefiada pelo seu segundo homem o perturbado Charlie magnificamente interpretado por Ben Foster que já mostrou todo seu talento em ser bizarro na finada e aclamada série "A Sete Palmos" e em filmes como "30 dias de noite" e o "O Refém"
No meio do caminho Ben e Wade acabam estabelecendo uma dinâmica mista de admiração e desprezo. Assistam porque vale a pena.

Pontos Altos: Russel Crowe, Christian Bale, Ben dementius Foster, fotografia, direção na medida perfeita.
Pontos Baixos: Podia ser um pouco mais curto, tipo uns vinte minutos.

O Amor nos Tempos de Cólera

Direção: Mike Newel
Roteiro: Ronald Harwood, baseado no livro de Gabriel García Marquez
Elenco: Javier Bardem, Giovanna Mezzogiorno, John Leguizamo, Benjamin Bratt, Catalina Sandino Moreno, Liev Schreiber, Fernanda Montenegro

Vamos lá, mais uma adaptação de uma famosa obra literária. Não sei pra vocês, mas adaptação pra mim é algo que simplesmente me faz pensar se o livro teve sua essência bem representada ou não. Ok eu não posso dizer por que eu não li este livro, mas como eu assisti ao filme eu posso falar o que bem entender do que vi.
A abertura feita em animação promete um filme bem poético, mas eu pessoalmente não me emocionei.
Na Colômbia deste diretor todo mundo fala inglês apesar dos atores em sua maioria não serem americanos.
O filme começa com um velho Florentino Ariza (Javier Bardem) descobrindo que o marido de Fermina Daza (Giovanna Mezzogiorno) acaba de morrer. E o protagonista no alto dos seus 70 anos não espera o morto esfriar e vai até a senhora declarar o seu amor e fidelidade, a mulher simplesmente não crê na ousadia do véio e o expulsa aos gritos de sua casa (you go lady!).
E o maquiador desse filme é podre... Eu quero ver alguém chegar aos 70 magrinho assim e com o pescoço lisinho...
Daí volta a Cartagena de 1879 quando a Colômbia estava um festival de cólera. E o jovem telégrafo Juvenal ao entregar uma encomenda (ou algo assim) na residência do pai de Fermina fica encantado com a beleza da garota e começa a partir dali um flerte muito romântico e perigoso de correspondências apaixonadas.
O pai acaba se mudando pro interior pra impedir o romance...
Enfim Fermina constipada recebe a visita de um médico que ao tratar a falsa suspeita de cólera enfia a cara nos peitos dela (sinal de que o filme terá muito sexo). E depois de certa enrolação a Fê desencana do romântico e casa com o médico bem-sucedido especialista em cólera.
O Florentino fica deprimido pra caramba a mãe (Montenegro da queen) tenta de tudo pra ajudar o filho que fica um tontão pela cidade esgueirando a amada.
Ele acaba descobrindo o sexo e o conceito de amor dividido (amor do espírito e da carne) e daí ele começa a amar muitas mulheres, ou seja, ele começa a foder a Colômbia INTEIRA. E o sexo vira a resposta e remédio pra tudo e tem até uma cena constrangedora de um gato pulando na bunda do Florentino arranhando bem na hora do coito!!!
Mas quando morre o marido da Fermina ele consegue começar um romance na velhice com ela e a mensagem final é que amor não tem idade.

Pontos Altos: Fernanda Montenegro, caracterização da época, trilha sonora da Shakira conterrânea e truta do autor do livro.
Pontos Baixos: Inglês de fitinha cassete dos atores latinos/italianos, maquiagem sofrível ‘O Maskara’, sexo sofrível de coelhinho, Florentino não parece que ama tanto quanto deveria não...

Kramer vs. Kramer

Diretor: Robert Benton
Prêmios: Melhor filme, roteiro, direção, ator e atriz coadjuvante.

Esse filme é um clássico... Ah os clássicos tanta diferença né?
Quando você assiste um filme desses de 1979 com protagonistas como Dustin Hoffman e Meryl Streep você pode até se perguntar se atores jovens e talentosos são coisa do passado e você desanima um pouco imaginando o que será do cinema daqui 20 ou 30 anos com as irmãs Olsen ou a Lindsay Lohan fazendo o papel de mamãe ou vovó... Mas voltemos ao filme, por favor...
Houve um tempo que divórcio não era algo tão comum quanto ter um celular (ou trocá-lo todo Natal).
E o filme está nesse cenário no qual as mulheres trabalhavam sim, mas tinham que optar entre carreira e família (ó mundo cruel).
E Joanna (uma Meryl Streep no auge da juventude) resolve que aquela vida não é pra ela não e deixa o filhinho de 5 anos e o marido bem-sucedido que não lhe dá atenção (quando é que o marido dá atenção??) na mão e desaparece do mapa.
'I don´t love you anymore' (Joana the angry wife botando pra quebrar no comecinho do filme)
E o Dustin que estava se dando super bem na empresa se vê numa situação terrível na qual precisa dar conta do trabalho e do filho e se atrapalha muito até conseguir conciliar e tem um chefe do mal que não quer compreender sua situação e quer que ele mande o filho pra cooperativa de lixo ou algo do gênero mas volte a trabalhar como um homem.
Quando está tudo lindo, maravilhoso e adaptado eis que Miss Kramer retorna reivindicando a guarda do seu filhote e o 'VS' do filme começa a ter sentido, uma batalha atroz é travada nos tribunais e o filho se torna o objetivo maior da vida dos pais. Assistam pra ver quem ganha.
O Billy é uma criança muito fofa e você vai ficar triste com ele, mas por favor tentem superar que não é com vocês tá? Afinal vocês já sabem ler.

Pontos Altos: Atores de verdade, o menininho convence, inspira a comer rabanada e o visu do fim dos anos 70.
Pontos Baixos: Tribunal com advogados exageraaaados, machismo (eu senti mas pode ter sido impressão).

Escolha o filme e vote na enquete. Make me suffer!!

Tamara: Tamara Riley (Jenna Dewan) é uma adolescente que detesta sua vida. Seus colegas de escola a acham esquisita e ela mantém uma paixão secreta por seu professor de Inglês. Além disso, dois alunos acreditam que ela tenha escrito um artigo para o jornal da escola, criticando seu comportamento arrogante. Ao se vingar, a garota morre. Tempos depois, Tamara ressurge e as coisas saem do controle.

Satan's Little Helper: In Halloween, the student of theater Jenna Whooly returns to Bell Island to spend the holiday with her family and her boyfriend Alex Martin, who studies in the same class and was also raised in the island. Her young brother Douglas "Dougie" Whooly, who is very attached to Jenna and is fascinated in the videogame Satan's Little Helper, becomes jealous with the presence of Alex. He leaves home wearing his costume of Satan's little helper seeking Satan on the streets to kill Alex. Dougie meets a serial-killer that coincidently is wearing a costume of Satan and proposes him to attack Alex. He brings the insane murderer home, and Jenna and her mother Merrill Whooly believes that the masked killer is Alex acting like Satan to please Dougie. Later the boy walks with the criminal along the streets helping him to kill the locals.

Wild Tigers I Have Known: Junior high in a time of rotary phones. Cougars have been spotted in the area. Logan is 13, the odd kid, with an active imagination and few friends. His young, single mother seems stressed. Latency is giving way to puberty, and Logan, who keeps a tube of lipstick in his dresser, may be gay or, more mysterious, transgender. He stares at himself in the mirror. He becomes friends with Rodeo, older and more mature, good-looking, with girlfriends. They take walks. Logan calls Rodeo and pretends to be a girl. Will he disclose himself to Rodeo? The kids at school talk. The school wants to promote kindness and tolerance. There are stories of child suicide. How do we find our way?

O Assassinato de Jesse James... : Jesse James (Brad Pitt) foi o mais notório fora-da-lei da América. Enquanto planejava mais um de seus grandes assaltos, descobre que seus inimigos, ávidos por glória e fortuna, haviam se lançado numa corrida em sua captura. Quando Jesse declara guerra a todos eles, Robert Ford (Casey Affleck) entra em sua lendária gangue. O que ele não sabe é que o novo membro do grupo também tem um plano para matá-lo.

Onde os fracos não tem vez No Country For Old Men)

Direção e roteiro:
Irmãos (dementes and fierce) Coen

Gente por favor sem preconceito, o Beiçola do filme não é o da 'Grande Família' e sim Javier Bardem. E nem pensem em rir do cara... ele era super respeitável em Mar Adentro (assista e chore).
Basicamente a sinopse é a seguinte: um caipirão está caçando animaizinhos no deserto e acaba encontrando um cenário de matança, no meio daquilo tudo ele acaba descobrindo que é tudo mexicano e tudo traficante... que preconceito!!
Mas beleza.. Ele pega a mala da grana e começa a ser perseguido (é óbvio né?).
Ele é perseguido por mexicanos traficantes a.k.a 'tipinho ruim latino' e pelo Beiçola a.k.a Chigurh (que sobrenome é esse?)
E a graça toda do filme é o Beiçola caçando o caipira que é ex veterano do Vietnã (sempre do Vietnã né ?) e no meio do caminho ele vai apavorando umas pessoas com seu maravilhoso e inovador multi-uso: um tanque de oxigênio comprimido com uma mangueirinha que com um parafuso (provavelmente deve ser isso) vai matando e destruindo obstáculos.
Você acaba por torcer pelo capira Llewelyn mas fica fissurado quando o Chigurh aparece.
Enfim o filme é bom, merece o Oscar sim e o Bardem mesmo de peruca ridica apavora qualquer um com sua voz de trovão e determinação feroz..

Assistam logo!

Pontos altos: Beiçola do mal, oxigênio serve pra tudo, seqüências aaaaalucinaaantes de perseguição.
Pontos baixos: Quanto nome complicado hein?, Woody Harrelson faz pontinha ridica.

Juno

Diretor : Jason Reitman
Roteiro: Diablo Cody a.k.a a nova aposta ou suposta salvação de Holywood








O filme é isso tudo?

Começou com 'tudo' ou temos uma grande inovação ou uma decepção.
E o Juno não é tudo de bom tampouco tudo de ruim. Você terá prazer em ver e irá se emocionar e rir em várias partes mas tem outras que você poderá achar que estão abusando da sua paciência.
Ellen Page que havia mostrado que era mais do que convincente em Meninamá.com (tradução belíssima de Hard Candy) aqui não chega ao mesmo ponto porque a história é toda meio forçada e os diálogos idem.
Mas já que é comédia e o gênero normalmente é um sumidouro de boas idéias Juno se salva raspando. Mas que Oscar o que gente? Páára com isso.
Não vou explicar o filme pra ninguém porque vocês estão mais do que cansados da sinopse.

Pontos Altos: Caixa de correio do Bleeker (Michael Cera), bilhetinho da Juno pra Vanessa (Jennifer Garner) e toda a família da protagonista, trilha sonora matadora.
Pontos Baixos: Cultura geral absurda da Juno, diálogos forçados, cabelo seboso da Juno.