quinta-feira, 29 de maio de 2008

Chumbo Grosso (Hot Fuzz)

Diretor: Edgar Wright
Elenco
: Simon Pegg, Nick Frost, Bill Nighy, Steve Coogan, Martin Freeman, Paddy Considine, Jim Broadbent, Timothy Dalton, Stuart Wilson, Paul Freeman
Gênero: Comédia/Ação
Ano: 2007





Se Guy Ritchie (Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes) fosse dirigir uma comédia seria Chumbo Grosso (ótima tradução, hein?).
O filme dirigido por Edgar Wright é uma paródia de grandes filmes de ação, com o peculiar humor britânico e piadas visuais, um filme pouco conhecido e que é uma ótima surpresa.
O policial Nicholas Angel é o melhor policial de Londres, sua competência não é muito bem vista e ele é promovido contra sua vontade para Sandford uma pequena cidade do interior.
Acostumado com a rotina de trabalho de uma cidade grande ele precisa se adaptar a realidade local da cidade aparentemente pacata onde não há crimes.
Angel trata das ocorrências mais banais e desimportantes que já viu, mas aos poucos começa a desconfiar que algo esteja acontecendo na aparentemente pacata cidade.
Muita ação, mistério e comédia com timing exato fazem de Chumbo Grosso um filme de entretenimento de primeira classe.

Assistam.


Pontos Altos: Cenas de tiroteio, perseguição e acrobacias aéreas do Angel, delegacia de Sandford
Pontos Baixos: Não tem

O Preço da Coragem (A Mighty Heart)

Diretor: Michael Winterbottom
Elenco: Dan Futterman, Angelina Jolie, Archie Panjabi, Mohammed Afzal, Mushtaq Khan, Daud Khan, Telal Saeed, Arif Khan, Tipu Taheer, Amit Dhawan, Irfan Khan
Ano: 2007
Gênero: Drama





O Preço da Coragem se baseia no livro sobre um correspondente americano do Wall Street Journal no Paquistão que é seqüestrado por jihadistas em 2002 que pretendem negociar com o governo americano, a obra foi escrita pela também jornalista e esposa de Daniel, a francesa Mariane Pearl.
Aparentemente um casal com muita sintonia os Pearl são especializados em jornalismo de guerra e político. Com a gravidez de Mariane já em estado avançado o casal que está no Paquistão se prepara para retornar aos Estados Unidos, terra natal de Daniel.
Em sua última matéria no país para o Wall Street Journal ele pretende se encontrar com um perigoso líder local e apesar de todos os cuidados que tomou é seqüestrado.
Após o desaparecimento Mariane começa uma busca pelo marido mobilizando embaixadas, políticos, jornais e polícia numa grande empreitada ansiando obter pistas e informações que ajudem a localizar o paradeiro de Daniel Pearl. Mesmo grávida e emocionalmente abalada a jornalista permanece admiravelmente focada e disposta a encontrar o marido.
Michael Winterbottom dirige um filme sóbrio a respeito de um roteiro que facilmente poderia se tornar um drama enfadonho, mas sua película se assemelha muito mais aos documentários mais modernos, trazendo a tona discussões políticas e limites da liberdade de expressão.
Mariane é interpretada por Angelina Jolie que aparece transformada em TODOS os sentidos na sua melhor interpretação já vista.
Baseado numa história real O Preço da Coragem possui um ritmo sufocante que mantém a atenção e ansiedade até os últimos momentos até mesmo para os que se recordam do final do imbróglio.


Pontos Altos: Jolie, Jolie, Jolie
Pontos Baixos: começou nesse filme a anorexia da Jolie com certeza

terça-feira, 20 de maio de 2008

A Culpa é do Fidel (La Faute à Fidel)

Diretor: Julie Gavras
Elenco
: Nina Kervel-Bey, Julie Depardieu, Stefano Accorsi, Benjamin Feuillet, Martine Chevallier, Olivier Perrier, Marie Kremer
Ano: 2006
Gênero: Drama levinho






França nos anos 70 e outro filme que tem crianças como protagonistas em momentos políticos, A Culpa é do Fidel é um acerto no gênero (assistam o também ótimo Machuca) e retrata o início dos anos 70 através dos olhos de Anna de La Mesa (Nina Kervel-Bey) uma garotinha de nove anos que tem sua vida transformada com a radicalização política de seus pais.
Inundada por conceitos como espírito de grupo, reforma agrária ou direito ao aborto a garota tenta compreender e se adaptar à nova realidade que seus pais investem suas energias.
Teriam se tornado ‘pobres’ do dia para a noite? Seus pais são comunistas?
De um casarão a um modesto apartamento, da proibição pelos pais à catequização de Anna, a pequena menina sofre com as alterações repentinas em sua rotina e graciosamente dentro de seu próprio universo tenta encontrar sentido e clamar pela sua antiga rotina, cheia de personalidade através de muitos questionamentos ela começa a se integrar com o novo universo e de certa forma se impor e demonstrar uma curiosa racionalidade que traz a reflexão também aos adultos que a cercam.
Acompanhada de seu irmão François (outro bom destaque), Anna demonstra que o universo infantil é muito mais amplo e inteligente do que os adultos podem considerar, mas que também existem limites a serem respeitados.
Julie Gavras conduz esta película habilmente sem apelar para soluções prontas do gênero, um drama delicado e poético que além de emocionar traz questionamentos políticos e éticos.

Pontos Altos: São tantos
Pontos Baixos: Não se aplica

obrigado Caio por mais uma dica de filme!

Casa de Areia e Névoa (House of Sand and Fog)

Diretor: Vadim Perelman
Elenco
: Jennifer Connelly, Ben Kingsley, Ron Eldard, Shohreh Aghdashloo, Frances Fisher, Kia Jam, Navi Rawat
Ano: 2003
Gênero: Drama






Dois indivíduos que possuem estilos de vida distintos, mas que compartilham uma ligação extremamente forte com uma mesma casa.
Kathy (Jennifer Connely) é uma jovem que foi abandonada pelo marido há alguns meses e que se entrega a depressão não saindo de casa (mais precisamente da cama).
Massoud Amir Behrani (Ben Kingsley) imigrante militar que é expulso do Irã após complicações tenta manter o nível de vida de sua família em seu país de origem trabalhando em dois subempregos.
Os destinos se convergem quando Kathy é despejada do seu apartamento devido a um engano da prefeitura que a cobrou indevidamente por um imposto. A casa é colocada a venda pela prefeitura e antes que Kathy consiga tomar alguma providência o iraniano Behrani compra a casa por um quarto do valor de mercado.
O conflito se inicia com o desejo de Kathy reaver a casa herdada de seu pai e Behrani desejando receber o valor de mercado pela casa para desta forma conseguir resolver grande parte de seus problemas financeiros.
A desequilibrada Kathy com o apoio de um policial que a despejou com o qual acaba se envolvendo tenta lutar pela casa (sua derradeira referência), enquanto isso Behrani se apega ao imóvel na esperança de consolidar o mínimo de dignidade para sua família no futuro. Nenhuma das partes pretende onerar a outra, porém não desistem de conseguir o que desejam o que causaria o prejuízo do outro.
Os conflitos se intensificam, atitudes desesperadas são tomadas e temos um desses finais avassaladores, violentos e marcantes.
A casa em questão tem significados diferentes para os personagens, mas de alguma forma perdê-la ou não é uma questão de sobrevivência e não há acordo quando chegamos a esses termos.
O desespero de ambos é tanto que não há como se identificar ou torcer por uma das partes.


Pontos Altos: elenco exato, ver iranianos num filme americano
Pontos Baixos: Connely apesar de acabada e bêbada está sempre (muito) linda

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O Sonho de Cassandra (Cassandra's Dream)

Diretor: Woody Allen
Elenco: Ewan McGregor, Colin Farrell, Hayley Atwell, John Benfield, Jim Carter, Philip Davis, Sally Hawkins, Tom Wilkinson, Mark Umbers, Andrew Howard, Clare Higgins
Ano: 2007
Gênero: Drama





Os irmãos Terry (Colin Farrell) e Ian (Ewan McGregor) têm uma vidinha de classe média baixa em Londres. E os dois são muito diferentes (grande merda), enquanto Terry leva uma vida mais modesta como mecânico seu irmão Ian trabalha com o pai no restaurante da família e é mais ambicioso.
Apesar disso eles se unem para fazer uma dívida e comprar um pequeno veleiro e o batizam como “O Sonho de Cassandra” personagem da mitologia que previa o futuro mas não era levada a sério, ou a portadora de más notícias.
Terry é jogador e beberrão e depois de uma onda de sorte se afunda em dívidas, Ian se apaixona pela bela atriz Angela Stark (a insossa é pouco, Sally Hawkins) e para impressioná-la utiliza carros esportivos da oficina que o irmão trabalha além de fingir ser um grande empresário.
Dois irmãos com problemas de dinheiro e que ao tentarem recorrer ao tio rico da família recebem uma proposta que poderia resolver os problemas deles e do tio. O salvador da situação pede a eles que eliminem um funcionário que caso testemunhe o levará inevitavelmente a cadeia e então eles precisam resolver se aceitam.
A aparente sintonia e harmonia entre eles começam a se abalar a partir deste momento numa crescente de fim trágico, é claro.
Terry mais inocente e loser prefere aceitar as conseqüências de seus atos que cometer o crime, seu irmão por outro lado acredita que um assassinato como esse só traria benefícios para todos.
Aqui já se nota que a motivação de Ian não é assim um grande argumento para cometer um crime, o que demonstra como o roteiro de Woody Allen já teve melhores momentos (Match Point
)
Inclusive Scarlet Johansson musa do diretor não está presente neste filme, mas a namorada de Terry no filme é uma cópia pobre da atriz e quase confunde se olharmos rapidamente. Pobre Allen.
Mas voltemos ao filme, Ian consegue convencer seu irmão e depois disso os irmãos voltam a se desentender.
Culpa, traição, ambição e tragédia.
Não, o crime não compensa.
E Sonho de Cassandra tampouco compensa, roteiro fraco, elenco sem expressão e direção hesitante.

Não vale a pena não.

Pontos Altos: Colin Farrel está excelente
Pontos Baixos
: Woody Allen bad timing, sósia pobre da ScarJo

1408

Diretor: Mikael Håfström
Elenco
: John Cusack, Samuel L. Jackson, Mary McCormack, Jasmine Jessica Anthony, Len Cariou, Ray Nicholas, Paul Kasey, Tony Shalhoub
Ano: 2007
Gênero: Terror




Mais uma adaptação de uma obra de Stephen King, neste caso não um livro e sim um conto.
Mike Enslin (John Cusack) é um escritor desconhecido e pouco prestigiado que escreve livros desmistificando supostos fenômenos sobrenaturais ou aterrorizantes.
Seu último trabalho “Dez Noites em Quartos de Hotéis Mal-Assombrados” é o ponto de partida deste filme, Mike recebe em sua caixa postal um cartão postal de um hotel nova-iorquino lhe dizendo “Não se hospede no 1408”.
Curioso para desmascarar mais uma lenda o escritor tenta em vão se hospedar no quarto que segundo lhe é informado não está disponível para ocupação há anos. O gerente Gerald Olin (Samuel L. Jackson) lhe apresenta diversas evidências que aquele quarto é um local maldito tais como fotos de pessoas mortas ali e reportagens ao longo dos anos cobrindo historias terríveis sobre o local.
Mike enfim consegue através de meios legais se hospedar no 1408.
Extremamente cético o autor acredita que irá sair dali com mais uma vitória, mas aos poucos presencia eventos inacreditáveis e perturbadores e munido de seu gravador tenta registrar todas as sensações que vão crescendo exponencialmente alcançando níveis intoleráveis.
1408 é tecnicamente muito bem feito, mas a única pessoa que fica aterrorizada é o protagonista, o espectador apenas assiste e pouco se sente absorvido à trama.
Não assusta, não impressiona, não atrapalha o sono.

Perda de tempo.

Pontos Altos: Efeitos especiais bem executados

Pontos Baixos: John Cusack desesperado por cachê

quinta-feira, 8 de maio de 2008

A Garota Ideal (Lars And The Real Girl)

Diretor: Craig Gillespie
Elenco: Ryan Gosling, Patricia Clarkson, Emily Mortimer, Kelli Garner, Paul Schneider.
Ano: 2007
Gênero: Comédia/Drama






Lars (Ryan Gosling) é um rapaz estranho, solitário e introvertido que mora na garagem da casa que ele e seu irmão herdaram de seu pai enquanto seu irmão e esposa moram na residência principal.
Mas as coisas mudam quando o complicado jovem compra uma boneca de silicone através da internet e a apresenta para a família e sociedade como sua namorada, ele se relaciona com ela de forma respeitosa e com todo afeto.
Aparentemente o rapaz acredita que ‘Bianca’ sua namorada é brasileira/dinamarquesa, é religiosa e possui uma deficiência motora entre outras características humanas.
Perplexos com a situação, seu irmão Gus (Paul Schneider) e sua esposa Karin (Emily Mortimer) procuram a médica da família Dagmar (a excelente Patricia Clarkson) e levam Lars com Bianca para uma consulta.
Aconselhados pela médica a aceitar a situação sua família tenta interagir com Bianca tal qual Lars.
Aos poucos com uma naturalidade que rende momentos muitos engraçados a namorada de Lars participa de todos os tipos de eventos da pequena cidade e é acolhida por todos como se de fato fosse uma mulher, com agenda lotada e vontade própria.
A ilusão de Lars é acompanhada de perto pela médica que começa um ‘tratamento’ com Bianca para se aproximar do rapaz. É principalmente nesse relacionamento que se percebe que a humanização da boneca não acontece por acaso, através dela Lars consegue expressar seus sentimentos e problemas íntimos e finalmente lidar com eles de forma mais aberta.
Ryan Gosling é um ótimo ator e domina o filme, além de cativar o espectador de forma irresistível.Assistam, riam e sem emocionem.


Pontos Altos: Bianca ‘contando’ histórias para crianças, Ryan ‘absurdamente bom’ Gosling
Pontos Baixos: Nem tem

A Bússola de Ouro (The Golden Compass)

Diretor: Chris Weitz
Elenco
: Nicole Kidman, Daniel Craig, Dakota Blue Richards, Eva Green, Adam Godley, Ian McShane, Clare Higgins, Bill Hurst, Ben Walker
Ano: 2007
Gênero: Aventura





Mais um épico infantil cheio de fantasia efeitos especiais e neste caso alguns astros. E dinheiro não faltou pra financiar qualquer tipo de idéia mirabolante contida no livro Fronteiras do Universo de Philip Pullman.
A menina protagonista (Dakota Blue Richards) está bem à vontade no papel. Mas a história é um tanto quanto complicada para crianças mesmo com a naturalidade da menina.
Todas as pessoas têm seus ‘dimons’ que são animais conectados a elas, as crianças possuem dimons especiais que se transformam. Cabem aqui muitos tipos de leitura para nós adultos, porém o filme é para os pequeninos não?
A tal bússola do título é uma espécie de oráculo que a partir de um conjunto de três imagens dizem a quem consegue manuseá-la a resposta para qualquer tipo de pergunta.
Tudo muito estranho.
Apesar de ser um filme longo a impressão que fica é que a obra original possui muitos detalhes que não conseguem ser transportados ao filme no espaço de tempo disponível.
Nicole Kidman é uma vilã perfeita e Daniel Craig mal aparece no filme.
Apesar de não ter final, ainda parece que esse filme deveria ter o dobro da sua duração para que fosse mais palatável para o gosto infantil e ter alguma coerência.
Não vale a pena assistir.


Pontos Altos: Kidman e Dakota
Pontos Baixos: Roteiro mal adaptado e sem coesão, dinheiro não faz filme necessariamente bom.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Na Natureza Selvagem (Into The Wild)

Diretor: Sean Penn
Elenco: Emile Hirsch, Marcia Gay Harden, William Hurt, Jena Malone, Brian Dierker, Catherine Keener, Vince Vaughn, Kristen Stewart, Hal Holbrook, Dan Burch e Joe Dustin
Ano: 2007
Gênero: Drama/Aventura




Este filme foi feito absolutamente pensando no Oscar. Emile Hirsch tem uma atuação grandiosa com direito aos famosos sacrifícios de emagrecimento e não utilização de dublês pras cenas mais perigosas, Sean Penn conduz de forma absolutamente competente e apaixonada o roteiro que se baseia numa história real (e idiota) escrita por Jon Krakauer.
O jovem Christopher McCandless ao se formar no equivalente americano de nosso colegial resolve doar o seu fundo para faculdade e viajar sem dinheiro pelos Estados Unidos até o Alasca.
O garoto muito inteligente (e insolente) planeja sua viagem para viver junto à natureza, pois não acreditava nos planos que os pais faziam para seu futuro e estava além de tudo extremamente desiludido com as relações humanas repletas de mentiras e materialismo.
Paradoxalmente a maior parte de sua aventura se dá nas relações que tem com as pessoas que conhece pelo caminho em caronas, empregos e outras situações.
Pode se dizer que Cristopher na ânsia de transgredir com o sistema apenas se afasta dos pais e vive uma grande aventura não escapando de outros tipos de ilusões e idealismos.
Apesar de vangloriar-se de como a felicidade não depende das relações humanas é através delas que o protagonista consegue chegar ao seu objetivo final.
Na Natureza Selvagem é um filme sobre o comportamento transgressor adolescente que normalmente tem seu aspecto saudável e natural, mas que aqui tomou grandes proporções, a jornada pelo auto-conhecimento não termina muito bem.

Pontos Altos: Emile ‘gimme an oscar’ Hirsch, fotografia
Pontos Baixos: História original besta

O Nevoeiro (The Mist)

Diretor: Frank Darabont
Elenco
: Thomas Jane, Marcia Gay Harden, Alexa Davalos, William Sadler, Laurie Holden, Chris Owen, Nathan Gamble, Andre Braugher, Toby Jones
Ano: 2007
Gênero: Terror





Filme baseado em livro do Stephen King sempre me deixa temeroso, alguns são ótimos mas tem outros que são verdadeiras bombas (Apanhador de Sonhos).
O nevoeiro é um meio termo, pois tem um elemento psicológico muito bem construído, mas as cenas que envolvem as criaturas são um tanto quanto absurdas demais. Mas em comparação com os filmes do gênero da atualidade é bem superior.
Um grupo de pessoas está num supermercado de uma cidade pequena quando uma grande tempestade cai, logo após um grande nevoeiro recobre toda a região.
Um senhor chega correndo ao mercado sangrando pelos ouvidos dizendo ter sido atacado por algo que não conseguiu identificar.
Começa o clima de terror e desconfiança.
Alguns tentam sair e são atacados por criaturas, o confinamento físico dos que permanecem no local inicia um acirramento de conflitos inevitável entre as pessoas que estão no mercado.
Sair é uma opção ou não?
Marcia Gay Harden que interpreta divinamente a Sra Carmody é a responsável por grande parte da carga dramática e também do próprio clima de terror presente neste filme, interpretando uma fanática religiosa que vê no desastre sinais do apocalipse sua influência como pregadora aumenta exponencialmente conforme o desespero e o medo da morte entre as pessoas crescem.
O final é chocante mas não tão surpreendente pra quem costuma ver filmes baseado em livros de King.

Pontos Altos: O confinamento e Marcia Gay Harden, velha joga lata de leite condensado na cabeça da pregadora chata
Pontos Baixos: Primeira criatura que “aparece” nada a ver com porcaria nenhuma

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Vermelho Como o Céu (Rosso Come Il Cielo)

Diretor: Cristiano Bortone
Elenco: Luca Capriotti, Patrizia La Fonte, Paolo Sassanelli
Ano: 2006
Gênero: Drama







Vermelho Como O Céu é um filme baseado na história de vida de Mirco Mencacci, o mais famoso (não vou contar agora) da indústria italiana.
É uma história muito tocante onde acompanhamos o acidente que mudou a vida de Mirco o tornando aos dez anos de idade um deficiente visual.
O acidente transforma completamente a vida de Mirco, já que não só era proibido que crianças deficientes tivessem aulas em escolas convencionais, como o internato mais próximo era em outra cidade. O menino acaba ficando longe da família, escola e amigos.
Mas o que tinha tudo para ser um pesado drama italiano acaba por ser uma agradável e leve história que emociona sem deixar ninguém arrasado.
Mirco ressente sua condição, mas não se abate e, sozinho, com a ajuda de um gravador começa a inventar histórias sonoras que remetem a sensações e imagens que aos poucos envolvem seus colegas de internato e transformam aquele colégio religioso e rígido em um lugar onde crianças podem vivenciar essa fase da vida como qualquer criança fora dali.
Fora do internato a Itália dos anos 70 vivencia um momento político delicado de autoritarismo e à sua forma o menino acaba por transgredir de forma inocente a ordem de seu colégio acompanhando o movimento político externo ao seu universo.
Repleto de sutilezas, lirismo, cenas graciosas e uma trilha sonora belíssima, Vermelho Como o Céu é uma película emocionante e transformadora. O menino em sua simplicidade infantil demonstra como os adultos são dramáticos e limitados.

Assistam obrigatoriamente, chorem e sorriam.


Pontos Altos: Atores mirins realmente cegos convencendo, fotografia e romance infantil inocente.
Pontos Baixos: A trilha se torna repetitiva em certos momentos, o diretor do colégio é bem clichêzão, mas até que não compromete...

Rambo IV

Diretor: Sylvester Stallone
Elenco: Sylvester Stallone, Julie Benz, Matthew Marsden, Graham McTavish, Reynaldo Gallegos, Jake La Botz, Tim Kang, Maung Maung Khin, Ken Howard, Linden Ashby, Sai Mawng, Paul Schulze
Ano: 2008
Gênero: Ação/Sangue





E o Sylvester resolveu sair da caverna e lançar uma continuação do famoso Johnny Rambo, aos 61 anos de idade com excessivas cirurgias plásticas, anabolizantes e muito botox nossa máquina de matar assusta tanto pela sua imagem perturbadora quanto pela violência desenfreada.
E o enredo basicamente é o seguinte, temos o herói (ou anti-herói?) vivendo pacatamente na Tailândia sobrevivendo à custa de caçar cobras venenosas (ótimo sustento) quando um grupo de missionários sabendo de seu conhecimento da região tenta o contratar para guiá-los até a Birmânia onde desejam fazer um trabalho humanitário numa tribo que está sendo dizimada.
Rambo diz não. E Rambo diz não. E Rambo diz não.
Mas a mocinha do filme vai lá e tenta o convencer que eles podem fazer “a diferença” e nosso herói os conduz depois de muita insistência pra tal tribo. E eles começam a fazer várias coisas bacanas lá na tribo, mas em certo ponto são interrompidos pelo exército birmanês enfurecido que chega matando adulto, mulher e criança e eles acabam sendo presos ao invés de assassinados como ocorreu com os locais. O motivo dessa exceção? Ah tem que ter resgate não é?
E então o chefe da igreja manda mercenários americanos pra salvar os missionários e pede que Rambo seja o guia, nosso amigo não resiste e acaba participando do resgate.
E temos muito sangue e muita gente explodindo antes de levar o tiro.
E os birmaneses não têm suas conversas traduzidas porque afinal de contas eles não devem ter nada de importante para dizer, são uns selvagens.
Eu até poderia falar que o Rambo no cenário americano pós 11/09 tem toda uma conotação blablablabla do terror e da tortura blablabla. Vamos nos poupar.


Pontos Altos: O filme tem 77 minutos que passam rapidinho
Pontos Baixos: Roteiro zero, trilha zero, diversão zero