quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ensaio Sobre a Cegueira (Blindness)

Diretor: Fernando Meirelles
Elenco: Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Danny Glover, Gael García Bernal, Sandra Oh, Jorge Molina
Gênero: Drama/Suspense/Horror
Ano: 2008







Se haviam dúvidas sobre a capacidade de Fernando Meirelles em transpor o “infilmável” livro de Saramago para a grande tela, as lágrimas do autor português ao assistir pela primeira vez o filme dissiparam todos os temores.
É fato que a essência contida nas linhas da complexa obra de Saramago foi traduzida para a linguagem cinematográfica, algumas mudanças obrigatoriamente foram feitas para que a história pudesse ser filmada o que pode suscitar discussões sobre algum detalhe ou outro, mas nenhuma delas coloca em dúvida o inegável talento de Meirelles.
O diretor brasileiro se consolida no cinema internacional ao superar o desafio de retratar a epidemia da cegueira branca que assola um país imaginário de personagens sem nome que revelam suas verdadeiras identidades quando a cegueira, o desespero, o caos, o instinto de sobrevivência e o medo devastam suas existências.
A natureza humana em Ensaio sobre a Cegueira é algo que assombra, aterroriza e absorve o espectador numa crescente agonia que chega abruptamente e não parece ter fim, o clima apocalíptico instiga a manifestação dos piores adjetivos até então adormecidos ou desconhecidos.
Um cenário assustador onde a intensificação das falhas de caráter já existentes e o egoísmo desenfreado levam a uma degradação generalizada e a destruição de tudo que havia sido construído enquanto havia alguma espécie de civilidade presente na sociedade pré-epidemia.
A mulher do médico interpretada pela assombrosa Julianne Moore, a única a enxergar em meio à epidemia, facilmente nos leva a uma identificação, afinal estamos assistindo a degradação da mesma forma que ela, seu auto-sacrifício heróico é ao mesmo tempo louvável e questionável, resistir ao poder quase divino que a visão proporciona ou sucumbir aos desejos pessoais de justiça. Assistir os passos desta mulher traz descobertas não só de uma situação ficcional, mas também dos conflitantes sentimentos dos espectadores que se imaginam na mesma situação.
Ensaio sobre a Cegueira consegue com sua fotografia pálida e direção contundente estimular questionamentos em grande parte pouco agradáveis, mas que trazem reflexões completamente necessárias e urgentes.
Um filme essencialmente provocador e absolutamente indispensável.
Assistam.

Pontos Altos: Atores extraordinários, fotografia e direção impecáveis, roteiro provocador
Pontos Baixos: Trilha inconveniente em alguns momentos

Querido Frankie (Dear Frankie)

Diretor: Shona Auerbach
Elenco: Emily Mortimer, Gerard Butler, Sharon Small, Jack McElhone, Mary Riggans, Sean Brown, Jayd Johnson
Gênero: Drama
Ano: 2004







Querido Frankie é um filme que teria tudo para ser melodramático, mas é sutil e emotivo num bom sentido.
O garoto Frankie do título é um menino surdo que vive com sua mãe e avó numa cidade litorânea escocesa. A sua atividade preferida é trocar cartas com seu pai marinheiro, ler as aventuras e as experiências vividas em alto mar e aproveitar para marcar em seu mapa os locais por onde o navio de seu pai passa.
A realidade, porém é outra, é a mãe quem troca cartas na tentativa de poupá-lo da verdade sobre seu pai além de trazer felicidade e ânimo ao seu pequeno filho e por que não "ouvir" a voz de seu filho.
As cartas que ambos trocam são extremamente belas, cheias de detalhes e transmitem com fidelidade muitas das sensações supostamente experimentadas em um navio.
Certo dia o navio que deveria estar o pai se desloca até a cidade em que estão e Lizzie (Emily Mortimer) precisa achar alguém que possa interpretar um pai de acordo com as cartas e definições ideais que haviam sido construídas através das correspondências trocadas por tanto tempo.
Frankie é um garoto comum e tem seus problemas escolares e amigos como todos os outros e a presença de seu “pai”, interpretado por Gerard Butler, numa idade tão definidora lhe rende ótimos momentos e largos sorrisos de felicidade plena.
A mudez de Frankie estabelece uma narrativa que se desenvolve através do não dito e nos sentimentos não expressos. O espectador é absorvido a ponto de entender o que as trocas de olhares querem dizer além de se manter na expectativa em saber o que Frankie realmente entende.
Um filme belamente dirigido com fotografia impecável, trilha sonora tocante e interpretações calculadamente contidas.
Há um pouco de clichê, mas o desfecho inesperado emociona e agrada.

Pontos Altos: Cartas lindamente escritas, trilha tocante, vizinha muito divertida
Pontos Baixos: O “estranho” é bom demais pra ser verdade

Longe Dela (Away From Her)

Diretor: Sarah Polley
Elenco: Julie Christie, Michael Murphy, Gordon Pinsent, Olympia Dukakis, Kristen Thomson, Wendy Crewson, Alberta Watson, Thomas Hauff
Gênero: Drama
Ano: 2006






Alzheimer é o eixo condutor do drama Longe Dela, um filme sobre o amor que chega a velhice e não resiste ao tempo.
Um casal sem filhos e com uma dessas químicas que trazem admiração até mesmo para os recém-casados demonstra que o afeto pode resistir ao tempo, até certo ponto.
A neve canadense é o cenário insistente que se opõe ao clima aconchegante do lar de Fiona e Grant, mas que se impõe sem piedade quando a doença dela se agrava e Fiona decide que deve ser internada num lar para idosos.
O marido eternamente apaixonado apesar do sofrimento da convivência com uma parceira que piora dia a dia prefere estar ao lado de sua mulher não conseguindo, portanto, aceitar a separação e perda injusta que ocorre contra a vontade de ambos.
De forma muito natural a charmosa senhora se adapta ao novo lar e em pouco tempo se esquece completamente de Grant.
Acompanhar o sofrimento diário do simpático senhor é especialmente doloroso para os mais jovens que assistem a um futuro possível e pouco animador, sua dor se intensifica quando sua “esquecida” companheira se envolve com outro paciente sem ter a mínima lembrança que continua casada.
Sarah Polley consegue descrever o choque do ente querido e sua completa perda de referências, um cenário que não é romantizado tampouco cruel, a dificuldade da aceitação da ausência em vida é apenas natural e completamente inevitável.

Pontos Altos: A beleza de Julie Christie, bom humor de Fiona, final interessante, tema pouco abordado no cinema, romance na maturidade
Pontos Baixos: Um casal que não conhece ninguém além do muro de sua casa

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O Banheiro do Papa (El Baño del Papa)

Diretor: César Charlone, Enrique Fernández
Elenco: César Troncoso, Virginia Ruíz, Virginia Méndez, Mario Silva
Gênero: Drama
Ano: 2005








O Banheiro do Papa baseia-se num evento real; em 1988 o falecido (abençoado seja) Papa João Paulo II anuncia uma visita na pobre cidade uruguaia de Melo, tal evento é o suficiente para gerar esperança em seus moradores.
A esperança, no entanto, não é motivada pela fé católica e sim pela possibilidade de negócios que uma visita de tamanha representatividade religiosa possa trazer ao atrair fiéis do Brasil e de outras regiões do próprio Uruguai.
Todos os moradores que vivem à míngua investem pesado o dinheiro que não possuem imaginando lucros enormes com a venda de comidas, bandeirolas e porque não no uso de um banheiro construído para receber a procissão de visitantes (que seria muito bem alimentada).
O esforço coletivo cheio de esperanças de um povo sofrido é o enredo básico de O Banheiro do Papa, filme produzido por diversos países e profissionais renomados entre eles o nosso aclamado Fernando Meirelles.
Muitos conflitos de interesse, discussões de valores familiares e criatividade se transformam numa mistura balanceada de humor e drama num cenário de extrema pobreza captada através de uma fotografia que em alguns momentos é completamente precária e em outros muito bela, captando a identidade do local com fidelidade.
O desfecho é obviamente a concretização da chegada do Papa. Se os moradores conseguem sair do buraco que se encontram ou se recebem o castigo divino por capitalizar a fé alheia só quem assistiu até o final deverá saber.

Pontos Altos: Não é só o brasileiro que tem vida Severina, humor tragicômico
Pontos Baixos: O Papa não usa o banheiro

O Passado (El Pasado)

Diretor: Hector Babenco
Elenco: Gael García Bernal, Analía Couceyro, Ana Celentano, Moro Anghileri, Paulo Autran
Gênero: Drama
Ano: 2007








O Passado é adaptação de um romance sobre a vida amorosa de Rímini, um jovem interpretado pelo badalado ator mexicano Gael García Bernal.
Rímini se envolve com três mulheres completamente diferentes em suas características dominantes, um desdobramento da estereotipada personalidade feminina expressada através da mulher fútil/ciumenta, a madura/mãe e a dependente/obcecada.
O rapaz quer abandonar sua antiga vida para abraçar sua nova vida, mas percebe na prática, que o passado pode contaminar o presente e prejudicar qualquer tipo de plano futuro. Se relembrar é viver a solução talvez seja esquecer completamente o vivido.
Há a definição do amor como um sentimento transformador, poderoso e igualmente destrutivo, a destruição é tipicamente feminina enquanto a facilidade em esquecer e superar é a do homem.
Como se desvencilhar do passado que não quer aceitar seu status de história?
O Passado é obsessão e sexo com o cenário de uma soturna Buenos Aires onde a vida cheia de altos e baixos de Rímini acontece.
O argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco traz um filme sem grandes destaques ou atrativos que seria esquecido caso não houvesse a aterrorizante e contundente interpretação de Analía Couceyro como a obcecada primeira mulher de Rímini.
É impossível não temer uma história de amor tão asfixiante e profunda como essa.


Pontos Altos: Anália Couceyro
Pontos Baixos: Ritmo cansativo

Violência Gratuita (Funny Games U.S.)

Diretor: Michael Haneke
Elenco: Naomi Watts, Brady Corbet, Michael Pitt, Tim Roth, Siobhan Fallon, Arno Frisch, Arno Frisch, Boyd Gaines, Devon Gearhart
Gênero: Suspense
Ano: 2007







Violência Gratuita é um remake, 11 anos depois do filme austríaco original, que repete em todos os detalhes o primeiro filmado pelo próprio Michael Haneke (Caché) apenas mudando a língua para o inglês.
Uma família rica viaja para sua luxuosa casa do lago para passar um delicioso final de semana e lá a esposa (Naomi Watts) recebe a visita de um jovem que estava na casa de sua vizinha e lhe pede quatro ovos para que uma receita de sua amiga seja terminada.
O que seria um simples pedido e uma conversa se transforma num exaltado encontro que aos poucos tem sua tensão intensificadaa níveis insuportáveis, após veementes pedidos o jovem extremamente educado se recusa a deixar a residência.
Logo seu companheiro chega e ambos decidem manter o casal e o filho num sádico e sufocante jogo.
A violência de Violência Gratuita nada tem de divertida ao contrário do título em inglês, mas o gratuito do título nacional se justifica pela falta de motivação que a dupla de psicopatas possui para os atos físicos e psicológicos tão desgastantes e devastadores que realizam com o casal e seu pequeno filho.
Michael Haneke é extremamente inteligente ao realizar sua provocação que busca a reflexão sobre a violência pura como forma de entretenimento banal que estamos tão acostumados na avalanche de títulos que transbordam sangue, além da discussão sobre as causas da violência contemporânea que muitas vezes é um fim em si mesma.
Uma violência sem fundamento se revela muito mais aterrorizante que um ato de ódio ou terrorismo por exemplo.
O enquadramento em profundo close e não convencional transmite a situação de sufocamento e desespero vivido pelo casal, em especial há uma longa cena onde a câmera fica parada enquanto a ação ocorre em outro ponto e só podemos ouvir e tentar imaginar o que se passa na casa.
Haneke provoca o espectador através do psicopata protagonista que fala diretamente com o público ridicularizando os desfechos e clichês desse tipo de situação quando abordada pelo cinema. A “brincadeira” do controle remoto num momento extremamente tenso demonstra porque Haneke é considerado tão corajoso e transgressor.
Atores extremamente competentes e um roteiro cru e inteligente dão credibilidade e o gostinho amargo que leva à reflexão buscada pelo trabalho do diretor e roteirista alemão.

Pontos Altos: Controle remoto, o menininho mais que demais, todas as interpretações, trilha, clima angustiante, longos e tenebrosos momentos de silencio, discussão sobre violência
Pontos Baixos: Não tem

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Hellboy - O Exército Dourado (Hellboy - The Golden Army)

Diretor: Guillermo del Toro
Elenco
: Ron Perlman, Selma Blair, Doug Jones, James Dodd, John Alexander, Luke Goss, Thomas Kretschmann, John Hurt, Jeffrey Tambor
Gênero
: Ação
Ano
: 2008




Se ação e humor dão o tom de uma boa história em quadrinhos adaptada podemos considerar Hellboy – O Exército Dourado um filme bem sucedido.
Criaturas fantásticas, batalhas grandiosas e porque não duetos musicais, o grande atrativo de Hellboy é o seu humor e a relação cotidiana entre os personagens, algo que se assemelha às conturbadas relações humanas, e por isso mesmo além de curioso é muito divertido.
Um herói que é um demônio com problemas conjugais e outro que se parece com um peixe sofrendo pelo seu amor platônico. Heróis com crises pessoais que não estão sempre enfrentando batalhas e inimigos letais, mas que sofrem por amor e curtem uma dor de cotovelo.
Só Guillermo Del Toro pode transportar para as telas tanta computação gráfica e não ser cansativo. Obviamente os clichês e referências são muitos, mas as qualidades de Hellboy compensam com facilidade.
Um demônio que gosta muito de fumar e beber e ao mesmo tempo consegue ser generoso, engraçado e amável.
Muita ação, fantasia, efeitos especiais e humor inusitado.
Hellboy é um filme que endurece e não perde a ternura.

Pontos Altos: Dueto de Red e Abe, o armário do vestiário, a morte de um vilão gigantesco que termina de forma belíssima
Pontos Baixos: Roteiro pouco original

Entre o Céu e o Inferno (Black Snake Moan)

Diretor: Craig Brewer
Elenco
: Samuel L. Jackson, Christina Ricci, John Cothran Jr., Justin Timberlake, S. Epatha Merkerson, John Pickle, Jeff Pope, Brandon Raines, Michael Raymond-James
Ano: 2006
Gênero: Drama






Lazarus (Samuel L. Jackson) é um homem comum do interior dos Estados Unidos que fica absolutamente desnorteado com a inesperada dissolução de um casamento devido à insatisfação da esposa com a relação que ambos mantêm.
Rae (Christina Ricci) é uma desajustada jovem que não consegue resistir a seus impulsos ninfomaníacos quando seu namorado parte para guerra do Iraque.
O destino de ambos se cruza quando a garota ao negar transar com um amigo de seu namorado é espancada e abandonada numa estrada de terra, Lazarus encontra a desconhecida e decide levá-la para sua casa e cuidar de sua recuperação.
É a relação conturbada entre um religioso convicto e uma ninfomaníaca descontrolada que define o inspirado título brasileiro Entre o Céu e o Inferno procura tratar.
Lazarus não quer apenas curar a garota fisicamente, acreditando que ela está com algum tipo de possessão ele assume a tarefa de curá-la espiritualmente através de métodos próprios e controversos.
A relação que desenvolvem facilita a recuperação de ambos e coloca o filme num conhecido e adorado tema norte-americano: a redenção.
E Redenção é um tema extremamente chato e acaba com toda a trama.
Pena né?

Pontos Altos: Rae amarrada na corrente presa dentro da casa de Lazarus, o blues de Lazarus, Rae confrontando sua mãe, surtos ninfomaníacos alucinados de Rae
Pontos Baixos: Desfecho pouco interessante

Reine Sobre Mim (Reign Over Me)

Diretor: Mike Binder
Elenco
: Adam Sandler, Don Cheadle, Jada Pinkett Smith, Liv Tyler, Saffron Burrows, Cicely Tyson, Robert Klein, Melinda Dillon, Camille LaChe Smith, Mike Binder, Ted Raimi
Gênero: Drama
Ano: 2007






O ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 tema já abordado ad nauseum é o pano de fundo de Reine Sobre Mim.
Charlie Fineman (Adam Sandler) é um viúvo que sofre de um severo estresse pós-traumático e vive como um jovem adolescente em seu apartamento, negando para si mesmo e os outros a existência de sua família, tragicamente morta no ataque de 11/09.
Alan Johnson (Don Cheadle) seu antigo colega de quarto nos tempos de faculdade reconhece o amigo nas ruas de Nova York e decide retomar o contato numa suposta tentativa de auxiliar o tão desolado amigo.
Aos poucos a amizade se consolida e todos os clichês possíveis e os desfechos mais evidentes para as situações apresentadas vão se desdobrando minuto a minuto.
Um filme dramático com Adam Sandler suscita obviamente a questão de como se saiu o jovem ator, e infelizmente Sandler não surpreende positivamente sendo vítima do tom humorístico que conduz a maior parte de seus trabalhos misturando uma atuação séria com gags vocais e linguagem corporal pouco adequada ao papel.
Não há originalidade e há um constrangimento em diversas cenas mal dirigidas que não alcançam a carga dramática tão necessária ao tema abordado, imprimindo nenhuma emoção ou apenas embaraço.
Como cereja do bolo temos cenas que parecem um desenho animado e não um filme pelo excesso de didatismo e explicações visuais para apresentar um personagem ou um ambiente. Um exemplo é a introdução da personagem interpretada por Liv Tyler, um close na placa de identificação da profissional com nome e profissão seguidos de uma conversa com um dos protagonistas.
Recursos dramáticos e visuais pobres, aliados a um roteiro frágil e a interpretação pesarosa de Adam Sandler e embalados por uma trilha absolutamente cafona.
Para esquecer.

Pontos Altos: A ótima atendente do consultório de Alan Johnson
Pontos Baixos
: Roteiro, edição, direção e interpretação

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Speed Racer

Diretor: Andy Wachowski, Larry Wachowski
Elenco: Emile Hirsch, Susan Sarandon, Christina Ricci, Matthew Fox, Scott Porter
Gênero: Ação
Ano: 2008





Speed Racer é uma adaptação fiel do famoso anime de Tatsuo Yoshida, os irmãos Wachowski conseguiram levar as telas muitas cores, velocidade e humor pastelão característicos do desenho, os enquadramentos lembram também uma estética de história em quadrinhos que se torna muito eficiente para dar mais velocidade (ainda) ao filme.
O excesso de cores, no entanto remete ao mundo animado de Lazy Town uma atração infantil de extremo sucesso e um tanto quanto cansativa do Discovery Kids.
O filme ao tentar divertir público leigo e antigos fãs opta por uma linguagem muito didática e explicativa que se torna cansativa depois de certo tempo.
O chimpanzé e o pequeno irmão de Speed são os destaques do filme, com aparições carismáticas, hilárias e marcantes.
As cenas de corrida são muito rápidas, mas o espectador consegue acompanhar ao contrário do que ocorre em diversos longas de ação.
O roteiro, no entanto, além de nada original é totalmente previsível.
Para o público que não conhecia o anime, o filme dos irmãos Wachowski não agrada a ponto de despertar tal interesse, aos antigos fãs vale a pena conferir.


Pontos Altos: Infância de Speed, chimpanzé nos créditos finais dirigindo alucinadamente, irmão gordinho
Pontos Baixos: Muito infantil

Encantada (Enchanted)

Diretor: Kevin Lima
Elenco: Amy Adams, Patrick Dempsey, James Marsden, Timothy Spall, Rachel Covey, Susan Sarandon, Idina Menzel, Julie Andrews, Michaela Conlin
Gênero: Infantil/Comédia Romântica
Ano: 2007





Encantada é uma tentativa de modernização dos desenhos da Disney que tratam de contos de fada, vários elementos deste universo surgem e o resultado é muito bem sucedido.
Giselle é uma jovem que tal qual Cinderela conversa com os animais e que sonha com um príncipe encantado. O príncipe existe e vive com sua madrasta que obviamente é má e que sabota seus relacionamentos para manter sua sede de poder.
Prestes a se casar Giselle é enganada pela madrasta travestida de velhinha e é jogada num poço.
A subversão do conto de fadas acontece neste momento quando a animação se torna filme e a princesa agora em carne e osso cai em Nova York com uma consciência e valores de uma personagem de fábulas na dura realidade da metrópole.
O encontro de Giselle com uma menina e seu pai solteiro cria situações inusitadas, absurdas e bem humoradas que divertem e encantam especialmente as crianças.
Uma discussão entre os personagens convictos de suas idéias opostas sobre amor confronta os diferentes conceitos de romance e realidade.
Encantada é diversão garantida para crianças e com relativo sucesso se sobrepõe aos roteiros engessados que envolvem o amor romântico idealizado.

Pontos Altos: Esquilo fazendo mímica, animais limpando a casa, Giselle tratada como mais uma louca produzida por Nova York, Susan Sarandon como a madrasta
Pontos Baixos: Muita computação gráfica

Duro de Matar 4.0 (Live Free or Die Hard)

Diretor: Len Wiseman
Elenco: Bruce Willis, Timothy Olyphant, Maggie Q, Justin Long, Jeffrey Wright, Mary Elizabeth Winstead, Andrew Friedman, Cliff Curtis, Maggie Q
Gênero: 2007
Ano
: Ação





Quase vinte anos depois do primeiro filme Bruce Willis personifica pela quarta vez John McClane o policial casca grossa que não pensa duas vezes antes de matar, pular, correr ou o que for necessário pra defender as missões que lhe são comandadas pelo alto comando policial norte-americano.
Desta vez ele se envolve numa trama de terrorismo virtual e como um bom brucutu não possui a mínima familiaridade com o assunto, assim ele recebe a ajuda de um jovem hacker que faz às vezes de cérebro, afinal John é pura ação, uma locomotiva extraordinária que espalha morte por onde passa.
Bruce Willis em excelente forma física faz com que esta seqüência transborde ação com muitos efeitos especiais impressionantes e bem executados além dos melhores dublês da indústria cinematográfica nas alucinantes seqüências.
Duro de Matar sempre foi mais uma experiência do que um filme, um universo paralelo onde não falta munição e o impossível tem toda a liberdade para acontecer, e ao contrário de outros títulos ressuscitados recentemente este não perde o frescor.
Entretenimento sem frescura.


Pontos Altos: John McClane faz falta, asiática (comigo ninguém pode) quase imortal quebrando a cara do herói, helicóptero e piadinha, carro voando no túnel
Pontos Baixos: Roteiro besta, ninguém é hacker e ninja ao mesmo tempo