quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Violência Gratuita (Funny Games U.S.)

Diretor: Michael Haneke
Elenco: Naomi Watts, Brady Corbet, Michael Pitt, Tim Roth, Siobhan Fallon, Arno Frisch, Arno Frisch, Boyd Gaines, Devon Gearhart
Gênero: Suspense
Ano: 2007







Violência Gratuita é um remake, 11 anos depois do filme austríaco original, que repete em todos os detalhes o primeiro filmado pelo próprio Michael Haneke (Caché) apenas mudando a língua para o inglês.
Uma família rica viaja para sua luxuosa casa do lago para passar um delicioso final de semana e lá a esposa (Naomi Watts) recebe a visita de um jovem que estava na casa de sua vizinha e lhe pede quatro ovos para que uma receita de sua amiga seja terminada.
O que seria um simples pedido e uma conversa se transforma num exaltado encontro que aos poucos tem sua tensão intensificadaa níveis insuportáveis, após veementes pedidos o jovem extremamente educado se recusa a deixar a residência.
Logo seu companheiro chega e ambos decidem manter o casal e o filho num sádico e sufocante jogo.
A violência de Violência Gratuita nada tem de divertida ao contrário do título em inglês, mas o gratuito do título nacional se justifica pela falta de motivação que a dupla de psicopatas possui para os atos físicos e psicológicos tão desgastantes e devastadores que realizam com o casal e seu pequeno filho.
Michael Haneke é extremamente inteligente ao realizar sua provocação que busca a reflexão sobre a violência pura como forma de entretenimento banal que estamos tão acostumados na avalanche de títulos que transbordam sangue, além da discussão sobre as causas da violência contemporânea que muitas vezes é um fim em si mesma.
Uma violência sem fundamento se revela muito mais aterrorizante que um ato de ódio ou terrorismo por exemplo.
O enquadramento em profundo close e não convencional transmite a situação de sufocamento e desespero vivido pelo casal, em especial há uma longa cena onde a câmera fica parada enquanto a ação ocorre em outro ponto e só podemos ouvir e tentar imaginar o que se passa na casa.
Haneke provoca o espectador através do psicopata protagonista que fala diretamente com o público ridicularizando os desfechos e clichês desse tipo de situação quando abordada pelo cinema. A “brincadeira” do controle remoto num momento extremamente tenso demonstra porque Haneke é considerado tão corajoso e transgressor.
Atores extremamente competentes e um roteiro cru e inteligente dão credibilidade e o gostinho amargo que leva à reflexão buscada pelo trabalho do diretor e roteirista alemão.

Pontos Altos: Controle remoto, o menininho mais que demais, todas as interpretações, trilha, clima angustiante, longos e tenebrosos momentos de silencio, discussão sobre violência
Pontos Baixos: Não tem

2 comentários:

Anônimo disse...

jura que esse filme é tudo isso mesmo?

Rodrigo disse...

Para, esse filme é perfeito *-*
A cena do controle remoto é maravilhosa.