quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Se Beber Não Case (The Hangover)

Diretor: Todd Phillips
Elenco
: Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis, Heather Graham, Justin Bartha, Jeffrey Tambor
Gênero
: Comédia
Ano
: 2009





Boas comédias são muito raras, Se Beber Não Case é um dos distintos exemplares deste gênero tão subestimado pelos amantes do cinema e tão amado por pessoas que se levam menos a sério.
Para quem não se apegar aos preconceitos, a comédia dirigida por Todd Phillips reserva hilárias surpresas em cada diálogo e cena.
A história basicamente é a de Doug um rapaz certinho que incentivado pelo próprio sogro e amigos se manda em uma road trip para Las Vegas, um lugar famoso por todos os seus excessos.
A clássica ressaca com blackout é o ponto de partida para que os três amigos tentem relembrar tudo que fizeram durante a noite e a localização do noivo que está prestes a perder a própria cerimônia de casamento.
Cena a cena os três companheiros desvendam pequenos fragmentos do que parece ter sido uma noite surpreendentemente divertida, perigosa e alucinante.
Descobrir junto com o trio como uma suíte luxuosa foi completamente destruída é cômico, os atores principais são cada a um a sua maneira extremamente cômicos e se complementam numa química invejável.
Quem se aventurar não deve de forma alguma perder os créditos finais onde aparecem fotos de muitos momentos que nenhum deles conseguiu lembrar.
Talvez a melhor comédia de 2009.


Pontos Altos: Créditos finais, excelentes atores/comediantes, roteiro bem planejado e construído
Pontos Baixos: O Doug do filme é uma cópia genérica de Paul Rudd

O Sequestro do Metrô (Taking of the Pelham 1 2 3)

Diretor: Brian Helgelend
Elenco: Denzel Washington, John Travolta, John Turturro, Luis Guzman, Michael Rispoli, James Gandolfini
Gênero: Ação/Suspense
Ano: 2009



Sabe quando o individuo vai trabalhar pensando unicamente que aquele é o único jeito de se ganhar o suficiente pra sustentar a família? Alguns filmes se encaixam nesse perfil, grandes astros são atraídos por salários milionários e não se importam por um segundo com a qualidade do material que farão parte.
John Travolta já não é um grande astro há algum tempo, por outro lado seu colega Denzel Washington parece ter perdido o senso crítico com o passar da idade.
O Sequestro do Metrô seria uma boa desculpa para ver dois grandes astros de outrora interagindo nos emblemáticos papéis de vilão e herói, a escolha de Travolta para o vilão significa uma interpretação afetada e canastrona, o último adjetivo serve também para o colega Denzel.
É difícil dar uma sinopse para um filme que se entrega pelo título, a única coisa que ainda não foi contada é que as negociações do sequestro são feitas entre o vilão e um funcionário do metrô. A falta de treinamento ou o pouco conhecimento sobre qualquer assunto ligado ao crime organizado e suas demandas não impede o querido herói de surpreender e obviamente superar qualquer tipo de esforço técnico especializado da polícia.
O Sequestro do Metrô não surpreende por nenhuma de suas supostas qualidades. Tela Quente difícil de assistir.


Pontos Altos: Como assim?
Pontos Baixos: Atuações, roteiros e tudo e tal.

Um Bom Homem (Good)

Diretor: Vicente Amorim
Elenco: Viggo Mortensen, Jason Isaacs, Jodie Whittaker, Mark Strong, Steven Mackintosh, Gemma Jones
Gênero: Drama
Ano: 2008



O nome do diretor de Um Bom Homem pode parecer destoante em relação ao elenco, o pouco conhecido Vicente Amorim talvez tenha algum favorecimento pelo seu parentesco direto com Celso Amorim um dos mais renomados ministros brasileiros. Os trabalhos anteriores de Amorim não justificam a entrega em suas mãos de um roteiro estrangeiro e o resultado de sua direção infelizmente não é uma boa surpresa.
Um Bom Homem se passa no período anterior e corrente do crescimento do poder de Hitler na Alemanha, seu protagonista um intelectual universitário representa o cidadão comum que aparentemente de boa índole se envolve e participa dos horrores do nazismo, essa transformação é um fenômeno dos mais importantes na história da humanidade.
Muitos autores nas Ciências Sociais se debruçaram calorosamente sobre esta discussão, isso poderia ocorrer no cinema, mas o filme não aproveita de uma boa forma esta participação polêmica do cidadão comum na banalização da violência e ódio, Viggo Mortensen em uma intepretação automática não auxilia no desenvolvimento da trama, ao mesmo tempo em que poucos personagens conseguem imprimir alguma personalidade as suas interpretações.
Para quem procura algo nos mesmos moldes, mas com qualidade assista O Leitor.

Pontos Altos: Reconstituição de época
Pontos Baixos: Romance que virou musical que virou filme que virou um desastre

sábado, 19 de dezembro de 2009

Do Começo ao Fim

Diretor: Aluisio Abranches

Elenco: Rafael Cardoso, João Gabriel Vasconcellos, Fábio Assunção, Júlia Lemmertz, Gabriel Kaufmann, Jean Pierre Noher, Louise Cardoso

Gênero: Drama

Ano: 2009







Do Começo ao Fim teve seu trailer distribuído há muitos meses, a exibição dos parcos minutos foi suficiente pra gerar grande expectativa sobre a história de amor entre dois belos rapazes filhos de uma mesma mãe, o teaser trailer era bem editado, polêmico e interessante.

Terminada a espera a exibição do produto final não tem o mesmo viés, a bela fotografia, os cenários e os garotos estão mais para um editorial de moda que para um filme dramático e questionador.

É sabido que o incesto é uma das proibições fundamentais da sociedade humana, sobre ele não há mais que uma linha de diálogo em Do Começo ao Fim, tudo é muito natural, aceitável e até mesmo incentivado.

Do Começo ao Fim, tem sim um começo quando inicia a relação muito afetuosa dos meninos, mas o meio que seria o principal momento não existe, não sabemos em que momento os próprios garotos ou rapazes mais tarde, percebem ou resolvem erotizar sua relação e como isso se dá e de que forma são afetados pelas influências externas.

Aluisio Abranches foge da polêmica ao naturalizar em excesso um tema que mesmo incompleto seria passível de se transformar num filme de alguma forma inovador em seu conteúdo, e o cinema já foi utilizado muitas vezes para questionar dogmas.

Sem meio e fim, a história de amor entre irmãos exagera na linguagem teatral em seus diálogos e cenas metafóricas além de se esquivar de conflitos em todo seu decorrer, não é necessário ser homossexual ou amar romanticamente o irmão para se ter conflitos, mas aqui nada é suficiente para que ocorra um excesso ou uma pequena demonstração de humanidade de um personagem.

Num mundo em que a sujeira e o caos imperam a fotografia iluminada, a decoração requintada e a beleza exagerada de Do Começo Ao Fim transformam o filme num descartável comercial de leite em pó de 0% de gordura.


Pontos Altos: Tomás na festinha argentina com suas piadinhas, ator estrábico também é galã

Pontos Baixos: Ausência de conflito, pouco humano, editorial de moda sem roteiro, Louise Cardoso morre no filme?

Uma Noite no Museu (Night at the Museum)

Diretor: Shawn Levy
Elenco: Ben Stiller, Carla Gugino, Robin Williams, Dick Van Dyke, Steve Coogan, Owen Wilson, Ricky Gervais, Mickey Rooney
Gênero: Fantasia/Aventura
Ano: 2006








Lançado para arrebatar o público família na época do Natal, Uma Noite no Museu é um desses filmes nos quais os pais se divorciam e o filho sofre com a separação e o comportamento inconstante do pai irresponsável que possui um grande coração, mas que tem dificuldades em corresponder as expectativas do pequeno. Preguiça disso.
Como é o esperado tudo se inicia com um filho muito decepcionado com o pai que transfere o afeto e admiração para o padrasto. Terminando com uma transformação na relação quando o pai novamente se torna uma figura heróica e admirável e o filho pode amá-lo novamente. Preguiça disso também.
Nem só de clichê melodramático de redenção e recuperação do afeto e confiança perdidos é feito Uma Noite no Museu.
O filme fantasia explora a magia de um Museu de História Natural onde as criaturas ganham vida depois da meia noite, o fato de que esse tipo de museu está completamente fora de moda não é citado. Animais empalhados não são muito bem vistos num mundo politicamente correto, mas aqui eles estão em movimento.
Superada a suposta morbidez do cenário, a computação gráfica é encenada com perfeição, e a interação entre animais e os personagens do museu com o seu nova guarda noturno se dão sem grandes problemas e há muita ação e alguns momentos levemente cômicos.
Uma Noite No Museu é um filme família feito para crianças e não para adultos com olhar crítico. Pra quem não procura falhas pode ser uma grande diversão.


Pontos Altos: Ben Stiller muito bem, Owen Wilson se destaca junto com Steve Coogan, T-REXY
Pontos Baixos: Melodrama é muito fora de moda, quase 120 minutos quando poderia ser 80