Diretor: Karyn Kusama
Elenco: Megan Fox, Amanda Seyfried, Johnny Simmons, Adam Brody, J.K. Simmons
Gênero: Terror/Comédia
Ano: 2009
Diablo Cody surgiu publicamente no Oscar 2008, Juno, seu roteiro de estreia mudava a perspectiva sobre a gravidez na adolescência ao enquadrar um viés menos trágico e dramático neste problema que aflige muitas garotas por todo mundo, o retrato feminista indie/pop alçou a roteirista ao estrelato e lhe possibilitou a criação de sua própria série de televisão, uma parceria em gestação com Spielberg e finalmente o lançamento de seu segundo filme Garota Infernal.
Se Juno foi quase uma unanimidade o mesmo dificilmente pode ser dito sobre este último, a começar pela escolha da protagonista que não possui o mesmo talento ou carisma de Ellen Page, Megan Fox amplia nas telas o estereótipo que lhe tornou famosa em Transformers, suas caras, decotes e bocas são o seu grande e único atrativo, será?
A sinopse de Garota Infernal é simples, Jennifer e Needy são amigas de infância e apesar disso muito diferentes, a primeira é a garota fatal, desagradável com todos e líder de torcida, a segunda tem um visual pouco atrativo, um comportamento responsável e comum, a tradução literal de seu nome inclusive é “carente” e de forma bem mais pejorativa que em nossa língua.
Jennifer se torna o pior pesadelo de sua amiga e de alguns rapazes quando submetida a um ritual satânico ressuscita com um demônio dentro de seu corpo cujo comportamento se assemelha a um vampiro e na prática funciona como uma fera canibal.
A femme fatale subitamente seduz os tipos menos prováveis da escola para lanchá-los (metáfora sexual e óbvia), procedimento que sua melhor amiga logo percebe e inicia uma guerra entre a piranha e a certinha.
Diablo Cody pretendia criar uma alegoria sobre a chegada feminina à maturidade utilizando o terror, sangue e comédia como embalagem, algo que a maioria dos adolescentes adora assistir. De fato temos muito mais exemplos no cinema do outro lado da moeda, no entanto, a execução e o desenvolvimento do roteiro são extremamente deficientes.
Para começar, Karyn Kusama não consegue estabelecer o esperado clímax e anti-clímax que são aguardados no gênero, seus efeitos especiais são quase amadores e a relação entre as duas personagens principais demora a se tornar minimamente emocionante.
É terror sim, porém ainda falta verdade nos conflitos, como pode a jovem mais popular ser inversamente confiante e precisar tanto de uma amiga considerada tão patética? E ainda, porque um tratado sobre o crescimento feminino mais parece uma representação da dualidade sexual feminina?
Para Diablo Cody, Jennifer funciona como um ícone da transformação da adolescente em mulher, algo assustador, misterioso, poderoso e que deve intimidar até ser superado. Uma interpretação dessas pode até causar certo interesse, não se enganem.
Pontos Altos: Algumas piadinhas sobre a cultura pop, Cenas nos créditos finais
Pontos Baixos: Roteiro ruim, direção de elenco capenga, efeitos especiais assustadoramente terríveis
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