sexta-feira, 29 de maio de 2009

Rumba

Direção: Dominique Abel, Fiona Gordon, Bruno Romy

Elenco: Dominique Abel, Fiona Gordon, Philippe Martz, Bruno Romy, Clément Morel

Gênero: Comédia

Ano: 2008








Quase desconhecido, Rumba é um filme no formato e uma peça de teatro (clown) na essência, o que não significa maquiagens exageradas e improvisos cômicos e sim o resultado livre de intervenções de um trabalho de atores teatrais na produção, direção, roteiro e atuação.

Fiona e Dom são professores de uma escola rural primária na França, o casal tem em comum não só o ofício, mas principalmente o amor pelas danças latinas.

Certa noite retornando de uma competição sofrem um grave acidente que radicalmente afeta suas vidas e que numa narrativa comum significaria um drama avassalador.

Rumba não se envergonha do humor negro e politicamente incorreto para nos fazer rir, esse artifício aliado ao visual colorido e limpo representa um benvindo frescor na safra de filmes deste gênero tão pouco produtivo em termos de qualidade.

O humor inusitado da dupla pode não ser um produto para massas, porém é um alívio para quem está cansado de produções grandiosas e que repetem fórmulas fáceis e repetitivas.


Pontos Altos: A professora perneta tentando se equilibrar na aula, visual diferenciado, ausência quase completa de diálogos que não fazem falta nenhuma

Pontos Baixos: Coreografias feias

O Signo da Cidade

Diretor: Carlos Alberto Riccelli

Elenco: Bruna Lombardi, Juca de Oliveira, Malvino Salvador, Graziella Moretto, Luis Miranda, Sidney Santiago, Laís Marques

Gênero: Drama

Ano: 2007









O segundo trabalho de direção de Carlos Alberto Riccelli com roteiro de Bruna Lombardi é um filme brasileiro sobre as tragédias, sonhos e desilusões dos habitantes de uma grande metrópole. Estas pessoas estão interligadas pela vida social e profissional de Teca (Bruna Lombardi), uma astróloga que aconselha estranhos através de seu programa noturno de rádio além das consultas em seu próprio apartamento.

Teca é uma esotérica que profissionalmente auxilia as pessoas a lidarem com seus problemas, apesar de não ter uma vida completamente resolvida ela acredita que de fato ajuda as pessoas. Conforme a história se desenrola ela percebe que as pessoas estão mais interligadas pelos seus problemas e tragédias do que pelo amor ou afeto, a descoberta lhe rende uma crise pessoal que lhe permite rever seus conceitos e revisar suas prioridades e o mais importante sua responsabilidade perante aos outros ao exercer o papel de conselheira.

O Signo da Cidade resolve o desenlace de seu roteiro com facilidade apesar de alguns abusos de artifícios de resolução de conflitos já conhecidos, o produto final especialmente por se tratar de um título brasileiro está acima da média dos dramas que normalmente soam artificiais além de mal dirigidos.

É uma pena que o sucesso comercial de filmes brasileiros se restrinja ao drama policial e a comédia, mas é fato que a produção dos mesmos tem recebido mais atenção tanto do público quanto da crítica.

Carlos Alberto Riccelli atrás das câmeras realiza um trabalho coerente aliado a um roteiro que mistura soluções esperadas com temas polêmicos tratados sem grande alarde.

O Signo da Cidade é um dos raros filmes brasileiros pouco divulgados que vale a pena ser assistido.


Pontos Altos: Direção e roteiro, personagens diversos e bem entrelaçados

Pontos Baixos: Alguns atores iniciantes não convencem

Fargo - Uma Comédia de Erros (Fargo)

Diretor: Joel Coen

Elenco: William H. Macy, Steve Buscemi, Frances McDormand, Peter Stormare, Kristin Rudrüd, Harve Presnell

Gênero: Drama/Comédia

Ano: 1996








Os irmãos Coen são um dos poucos diretores e roteiristas americanos que conseguem realizar filmes simples e eficientes, Fargo é uma comédia de humor negro baseada num caso supostamente real com personagens tão absurdamente comuns que significam ao final uma união brilhante entre violência e comédia.

Fargo – Uma Comédia de Erros tem um macabro roteiro adaptado de um caso policial vflsamente divulgado como verdadeiro pela dupla de roteiristas, no qual Jerry um endividado pai de família decide contratar uma dupla de criminosos para sequestrar sua própria esposa para receber um resgate do milionário sogro.

O golpe obviamente não dá certo e atinge desastrosas porém bem humoradas proporções, a investigação é liderada por uma policial caipira e grávida que com facilidade reconhece pistas e desvenda detalhes do caso.

A especialidade notável dos irmãos de retirar de situações trágicas momentos engraçados se deve além de suas próprias idéias e concepções à escolha cuidadosa de seu elenco.

Joel Coen aposta no talento e não no apelo junto ao público de seus protagonistas, não a toa Francis McDormand recebeu um Oscar pela sua preciosa atuação que tanto enriquece a trama juntamente com William H. Macy, Steve Buscemi e Peter Stormare.

Os Coen sabem como dosar meticulosamente os diálogos e cenas de violência para obter um filme simples porém de impacto.

As receitas mais simples podem ter resultados sofisticados.


Pontos Altos: Todas os vícios linguísticos dos personagens, humor inusitado, excelente encadeamento, relação da policial Marge com seu marido

Pontos Baixos: Alguém conserte os dentes de Steve Buscemi