Diretor: Joseph L. Mankiewicz
Elenco: Bette Davis, Anne Baxter, George Sanders, Celeste Holm, Gary Merrill, Marilyn Monroe
Gênero: Drama
Ano: 1950
Décadas se passaram e A Malvada permanece como um dos grandes filmes do cinema mundial, não apenas pelo elenco afinado e o roteiro sempre contemporâneo, é o jogo de identidades reveladas e mascaradas que formam a grande qualidade deste longa metragem.
Mankiewicz nos apresenta uma trama que a partir de um flashback de um evento atual nos introduz no forjar suspeito de uma premiada estrela de teatro.
Eve Harrington é uma pobre garota fascinada pelo talento da veterana diva do teatro Margo Channing, a admiração se converte em relação próxima quando a atriz se sensibiliza com a triste história de vida da jovem e a contrata como secretária particular.
Eve é boa demais, esperta demais, uma jovem servil, competente e submissa. Sua máscara de boa moça tarda a trazer desconfiança a veterana Margo que uma vez seduzida pela suposta idolatria permite que a jovem se estabeleça em seu círculo social e tente utilizar aqueles contatos íntimos para chegar ao seu objetivo em se tornar uma jovem estrela dos palcos.
O culto da juventude, a dissimulação, sexo e poder abordados no filme podem servir como metáfora para qualquer situação real e completamente atual. A manipulação de egos é tão fácil quanto ilusória, não existem vítimas propriamente ditas, é tudo puramente simbiótico e isso fica evidente especialmente nas cenas finais.
Talvez possamos depreender que A Malvada é um filme que versa sobre os caminhos possíveis para se chegar a um objetivo, mas o que mais se destaca é a questão do ego, é ele que conduz os personagens a sacrificarem os outros e a si próprios para alcançar um reconhecimento social ou um prazer pessoal.
Aparte o interessante e bem executado roteiro, as interpretações singulares, o humor ácido e a crítica social seriam motivo suficiente para (re)ver a aula de cinema de Mankiewicz.
Imperdível.
Pontos Altos: Diálogos rápidos e contundentes, humor inteligente, Bette Davis detonando, momentos de silêncio que só existem no cinema de arte atual, ponta da então da belíssima iniciante Marilyn Monroe
Pontos Baixos: Anne Baxter é uma boa atriz, mas não chega aos pés de Bette Davis
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