quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Eu te Amo, Cara (I Love You, Man)

Diretor: John Hamburg

Elenco: Paul Rudd, Jason Segel, Rashida Jones, Andy Samber, J.K. Simmons, Jane Curtin, Jon Favreau, Jaime Pressly

Gênero: Comédia

Ano: 2009







Judd Apatow é o diretor principal das comédias contemporâneas americanas, John Hamburg é um jovem inexperiente que se aventura nesse terreno de proprietário já conhecido, isso não significa necessariamente que todo filme de Apatow é um sucesso e que Hamburg seja inferior, sua experiência maior é como roteirista de relevantes comédias atuais, o que o habilita de certa forma a alcançar um tom constante neste filme.

Eu te amo, cara é uma apologia a amizade e lealdade masculinas, a comicidade surge do tratamento da relação como um romance platônico e da dificuldade do protagonista em se identificar pessoalmente com outros homens a ponto de fazer confissões e esquecer-se do mundo juntos.

Uma visão rasteira pode denunciar a utilização dos famosos Rudd e Segel como um disfarce para uma história de pouca profundidade, talvez seja exatamente esse o problema, a química de ambos não é suficiente para encobrir as piadas pouco engraçadas e o fraco roteiro.

Paul Rudd em seus personagens nunca foi um exemplo de virilidade, seu humor sempre teve um toque afetado, um detalhe que pode ou não ter tido importância na sua escolha como protagonista, mas que funciona a ponto de transformar um filme masculino numa comédia romântica e que pode ser um fator de não identificação com a maioria dos homens peludos que estão por aí.

A sensibilidade de seu personagem Peter é exagerada e todo seu jeito destoa do universo masculino, talvez uma mensagem subliminar ou apenas algo impensado? Não podemos dizer.

Eu te amo, cara é mais um título que não é ruim o suficiente pra ser ignorado e nem bom para ser relembrado.


Pontos Altos: As gírias bizarras de Peter, os outdoors

Pontos Baixos: Ser homem é deixar a bosta do cachorro na calçada?

Monstros Vs Aliens

Diretor: Conrad Vernon, Rob Letterman

Elenco: Reese Witherspoon, Seth Rogen, Hugh Laurie, Will Arnett, Kiefer Sutherland, Stephen Colbert, Renée Zellweger, Rainn Wilson

Gênero: Animação

Ano: 2009







Dreamworks nem sempre acerta, Monstros Vs Aliens é uma animação que investe pesado no 3D o artifício do momento para combater a pirataria e atrair os interessados por experiências diferenciadas ao cinema, infelizmente o mesmo cuidado não foi necessariamente reservado a seus personagens que carecem de substância e tridimensionalidade.

As vozes dos famosos atores agradam até certo ponto, algumas gracinhas chegam a colar, mas a bola que deveria quicar se espatifa principalmente pela frágil personalidade da protagonista Susan, uma garota que não diz a que veio na maior parte do filme auxiliada pela voz estridente de Reese Whiterspoon.

A homenagem aos monstros e aliens do cinema B da década de 50 é o único fator que pode ser considerado interessante nessa epopéia do “girl power”, os monstrengos excluídos da sociedade

O grande objetivo de Monstros Vs Aliens é consolidar uma imagem nova para as garotas se espelharem, o desejo do casamento cede lugar a uma valorização social e um sentimento de independência, uma modernização sim, mas que não acontece de forma muito interessante e efetiva.

Monstros Vs Aliens é mais um título a lotar a prateleira sem grandes comprometimentos ou méritos.


Pontos Altos: Seth Rogen, algumas piadas inteligentes

Pontos Baixos: Voz chata de Reese irritante Whiterspoon, Zero roteiro

A Teta Assustada (La Teta Assustada)

Diretor: Claudia Llosa

Elenco: Magaly Solier, Susi Sánchez, Efraín Solís, Marino Ballón, Antolín Prieto

Gênero: Drama

Ano: 2009







O exotismo do título traduzido literalmente do espanhol é um grande chamariz para este filme peruano papa prêmios de festivais. A estética européia, a curiosa cultura indígena peruana (nacionalidade corrigida pelo visitante Ivan!), simbolismos visuais de sentimentos e trilha sóbria são os trunfos para se conseguir um prêmio hoje em dia.

A Teta Assustada expliquemos desde já se refere a uma suposta doença transmitida através do leite materno por índias que foram estupradas na década de 80, o medo dos homens e o trauma atravessa gerações e chega à atualidade na figura de Fausta, uma jovem estranha e obviamente assustada que mantem as tradições sem ter vivido os mesmos problemas.

A realidade lhe bate a porta quando sua velha mãe falece e Fausta não tem ao menos o dinheiro para enterrá-la, o que a obriga a trabalhar na casa de uma família chilena abastada e ser obrigada a se relacionar com outras pessoas, extremamente introvertida a jovem demora a se abrir minimamente ao mundo, uma alegoria que pode ou não ter diversas interpretações.

A tendência do lançamento de filmes para festival segue um roteiro pouco inventivo que para os fins a que se prestam funciona, porém não deve agradar o público convencional. Há obviamente uma valorização do passe dos atores e diretores que justifica um lançamento menos comercial.

Porém para a maioria resta a dúvida. O que significa essa e/ou aquela cena?

Muitos simbolismos numa fórmula desgastada de se filmar.


Pontos Altos: Fotografia

Pontos Baixos: Chato que dói