Diretor: Larry Charles
Elenco: Sacha Baron Cohen, Alice Evans, Trishelle Cannatella, Sandra Seeling, Ben Youcef
Gênero: Comédia
Ano: 2009
Absolutamente provocativo o mais recente personagem criado por Sacha Baron Cohen justifica todo o grande barulho de sua divulgação internacional, Brüno o fashionista austríaco e gay expõe uma série de preconceitos da sociedade em geral e sua obsessão pela fama, fenômeno este partilhado por aspirantes à artistas e seu público sedento por notícias pouco ou nada relevantes.
Brüno em sua epopéia pelo reconhecimento público vasculha especialmente nos Estados Unidos o que torna uma pessoa famosa e a ausência de critério lógico de todo processo.
Seu esperado humor grosseiro não permite que os espectadores fiquem sem reação, o aprofundamento escatológico e bizarro de situações diversas afasta ou magnetiza de vez causando ataques de riso irrefreáveis.
O personagem criado por Cohen consegue, talvez pela extensa e intensa divulgação caracterizada, extrapolar as barreiras cinematográficas, é possível imaginar sua bizarra existência no universo da moda, cultura e do espetáculo em geral. A criatura de Cohen tem vida própria e sua rasa profundidade o insere sem temores em algumas situações extremamente perigosas com o único intento de satirizar o máximo possível a política, cultura e valores.
A expressão artística de Sacha é original, há é claro uma perda de frescor na sua segunda investida no cinema, os temas abordados não são exatamente uma novidade, porém o seu humor incorreto não possui um paralelo, e em termos de comédia existe sim um frescor na sua maneira pessoal de fazer filmes e vestir a pele de suas criações.
Pode-se arriscar dizer que Sacha é um Michael Moore em seu gênero, os truques e estilismo de ambos se repetem, porém o universo que criticam em tom de debochada é notoriamente estático e conservador, suas intervenções então se demonstram não só cômicas, como que totalmente necessárias.
Este humor do embaraço e do constrangimento se tornou uma tendência mundial, há blogueiros populares que crucificam celebridades e veículos de mídia e programas de humor que perseguem celebridades, o que revela que o mundo está em processo de auto crítica dos valores construídos. Normalmente a sátira é o início do processo deste tipo de transformação que não deve se encerrar, talvez estas novas celebridades se tornem o próximo alvo.
O humor de Brüno é um sintoma e o riso traduz o reconhecimento de que há algo errado em nossa sociedade.
Pontos Altos: O terno de velcro, a surra na casa de swing, a luta livre, diálogos com o pastor, etc.
Pontos Baixos: Musical nonsense do final.
Um comentário:
sinceramente eu esperava mais deste filme.. mas é bom.
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