Diretor: Zack Snyder
Elenco: Patrick Wilson, Jeffrey Dean Morgan, Billy Crudup, Matthew Goode, Carla Gugino
Gênero: Ação
Ano: 2009
As qualidades inegáveis de Watchmen são facilmente ofuscadas por cenas desnecessárias, piadas infames e sequências totalmente dispensáveis e absurdas.
A adaptação da Graphic Novel de Dave Gibbons e Alan Moore definida como infilmável por diversas pessoas é de fato um desafio, Zack Snyder não se intimidou e depois da empreitada de sucesso de 300 resolveu encarar o projeto.
A abertura sensacional que vale muito mais que o próprio filme promete o que ele não consegue cumprir. Ao condensar em 160 minutos uma história que necessitaria de 500 minutos para ser bem contada não é possível fazer justiça a obra original.
Watchmen não é uma história convencional de heróis lutando contra super vilões, há na realidade apenas um personagem dotado de poderes extra-humanos e os outros deveriam ser agentes da lei que aposentaram suas fantasias, o filme, porém não respeita essa característica e todos possuem alguma qualidade humana ampliada. Além disso, toda uma discussão sobre humanidade e suas características que recebe um excelente tratamento na história original, na adaptação mais parece roteiro de desenho animado que um filme.
A Graphic Novel considerada por muitos como a melhor história em quadrinhos já feita é repleta de histórias paralelas que se completam de uma forma impossível de ser transportada ao cinema em um único filme, a opção de focar o roteiro cinematográfico nos heróis é prejudicial apesar de inevitável e o elemento humano presente nas histórias tão importante para trazer identificação ao leitor e sua imersão naquele universo está ausente no filme.
Os heróis vivem no nosso passado e alteram a história como a conhecemos, tal abordagem traria um grande número de situações interessantes, no entanto o visual que beira ao ridículo e situações inverossímeis torna muito difícil levar a sério a trama e se deixar levar por este universo.
Apesar de seus defeitos Watchmen conta com alguns personagens extremamente tridimensionais que adquirem vida própria na tela e proporcionam ótimas cenas e frases de efeitos ótimas. Talvez um spinoff de algum deles renda um filme melhor formatado?
Não é mais uma obra-prima.
Pontos Altos: O Comediante, Rorschach, abertura sensacional, cena do banheiro na prisão
Pontos Baixos: Júpiter mala, Coruja mala, piadas infames, trilha sonora óbvia, festival de clichês cinematográficos
7 comentários:
Entendo seu texto, mas eu gostei do filme... Talvez pq eu n tenha lido a Graphic Novel (ainda)...
Por mais que a Quel tenha odiado,eu tenho que confessar que gostei!
Acho que pelo mesmo motivo do Cara da Locadora...eu não li!!! Fui de peito aberto!
bjos
Ju
Filme simplismente maravilhoso.
E outra já assisti "contos do cargueiro negro" aquele gibi que é lido dentro da historia em quadrinho,e o filme sobre o livro do personagem Hollis Mason "Under The Mask".Que foram lançados separadamente se não o filme que tem 163 minutos,teria quase 300 minutos.Procurem e assistam estes dois para depois avaliar.
Que isso, o filme é muito bom independentemente de ler ou nao o quadrinho, o que vc chama de obvio eu prefiro acreditar q foi proposital, as musicas e umas senas até meio bragas trazem um tempero especial, eu achei otima atrilha sonora, melhor impossivel...acho que só você mesmo que nao curtiu o filme...
Eu também não li a grapic novel, por isso mesmo acho o filme excelente. Não se pode julgar a qualidade de um filme, simplesmente pela ótica da adaptação. Se enacararmos simplesmente como um filme, poderemos enxergá-lo como um dos melhores filmes do ano.
Realmente não li o GN, mas eu gosto do filme. Principalmente porque se atentos o conspirador não está errado em sua razão, pois não é de hoje que ouvimos que existem mals necessários, há males que vem para o bem, etc.
Infelismente a humanidade é governada por pessoas que são limitadas em sua capacidade de ver a verdade, logo não há como fazer diferente porque a humanidade só compreende assim e ponto!
Li a GN e fui com muita expectativa ao cinema ver o filme.
Achei muito, muito bom.
Concordo com o comentário de 02 de julho: a trilha sonora óbvia, os clichés, são propositais. É para passar exatamente essa impressão do mundo deslumbrado da era de prata em contraste com os problemas mentais dos então chamados "super heróis". Até o final alterado (que geralmente faz os fãs tremerem de ódio), achei melhor o do filme, menos plausível, mas mais apropriado para a condensação obrigatória de informações, como você bem falou. Em suma, filme é filme, tem limitações, mas o filme ficou sensacional. Alan Moore é um gênio, mas essa história de louco rebelde recluso é um pouco chata, não devemos nos influenciar por isso.
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