Elenco: Inés Efron, Martín Piroyansky, Carolina Pelleritti, Germán Palacios, Valeria Bertuccelli, Ricardo Darín, Guillermo Angelelli
Gênero: Drama
Ano: 2007
Síndrome de Klinefelter ou XXY pra quem se lembra das aulas do colégio é a disfunção genética que afeta os indivíduos do sexo masculino com um cromossomo X a mais. O que traz certos problemas hormonais e/ou reprodutivos para o homem portador além de desenvolvimento das mamas em uma pequena parcela dos afetados.
O filme de Lucía Puenzo se apropria indevidamente do conceito em seu título, pois o caso que é retratado na película é o hermafroditismo de Alex, uma garota de 15 anos cheia de dúvidas e descobertas como os jovens de sua idade.
Ao mesmo tempo em que se sente incomodada e com vergonha do próprio corpo a rebeldia adolescente se manifesta e a obrigação do consumo de medicações que mantém um fenótipo aparente feminino se torna uma dúvida.
Ricardo Darín interpreta o amoroso e austero pai de Alex que fugiu com sua família para o Uruguai para evitar que sua filha fosse operada quando recém-nascida, além de fugir dos olhares curiosos
A confusa mãe não pensava em uma simples visita, pois o marido de sua amiga é na realidade um conceituado cirurgião plástico apto a realizar o procedimento que definiria a genitália ambivalente de sua filha.
Enquanto um conflito entre os adultos ocorre a jovem Alex se interessa por Álvaro que aos poucos se envolve pela garota e se apaixona apesar do hermafroditismo.
O romance desencadeia a descoberta sexual de Alex que não sabe mais se quer se definir como mulher ou homem e após uma série problemas pode-se notar que ela possui apoio e compreensão total dos pais talvez por sentirem-se culpados ou pelo amor que evidentemente sentem.
Lucía Puenzo escolhe retratar o hermafroditismo de forma natural tal qual acontece em alguns seres vivos da natureza, o seu mérito é engrandecido pela interpretação de Inés Efron que não nos deixa esquecer que estamos vendo apenas uma adolescente, Martín Piroyansky que interpreta o garoto Álvaro é outro grande ator que deve ser acompanhado.
A escolha da naturalização do tema esbarra na relação sem intimidade, carinho ou até mesmo diálogos da família convencional que convive por alguns dias na casa de Alex, a artificialidade exacerbada que espera produzir uma reflexão entre os modelos familiares não possui um resultado crível o que prejudica o desenvolvimento da história de forma sensível.
XXY demonstra como o cinema argentino além de mais emocional não sofre da mesma crise criativa da indústria cinematográfica brasileira.
Pontos Altos: Interpretações dos jovens, Ricardo Darín, tema pouco discutido
Pontos Baixos: Cena do pai na praia com o filho, título do filme equivocado
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