quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Donnie Darko

Diretor: Richard Kelly

Elenco: Jake Gyllenhaal, Jena Malone, Maggie Gyllenhaal, Mary McDonnell, Drew Barrymore, Noah Wyle, Patrick Swayze, Katharine Ross

Gênero: Drama/Ficção Científica

Ano: 2001







Uma dose de desprendimento pode ser necessária para se aventurar com Donnie Darko, um filme indie adolescente de humor negro recheado com uma perturbadora fantasia. Roteirizado e dirigido por Richard Kelly na época com 26 anos o frenesi de seu lançamento se deu menos pelo próprio filme e mais pela possibilidade do surgimento de uma nova promessa criativa no cenário cinematográfico do século XXI.

Donnie Darko é o protagonista que de peculiar não tem só o nome e sim o diagnóstico de esquizofrenia, se a adolescência já não fosse suficientemente difícil para a maioria das pessoas para ele e sua família a doença é pauta e preocupação diárias.

Em seus supostos delírios Donnie recebe visões de um futuro apocalíptico e acompanhamos junto a ele uma contagem regressiva para esta data importante.

Ao saber do destino e livre de algumas amarras sociais devido à sua doença mental o jovem protagonista brilhantemente interpretado por Jake Gyllenhaal se sente no direito de falar o que pensa e agir conforme seus impulsos sejam eles próprios ou frutos de alucinações e visões premonitórias.

É no desfecho que se esclarece o que de fato acomete Donnie, para alguns nem mesmo ao seu final é claro se aquilo tudo é sonho, universo paralelo ou realidade de fato.

Aparentemente o grande atrativo de Donnie Darko é o cinismo e o humor negro que proporcionam uma visão crítica do universo familiar suburbano americano que em alguns momentos é tão absurdo quanto uma alucinação.

Para assistir sóbrio.


Pontos Altos: Donnie discursando contra o cinismo de um guru da auto-ajuda, bons atores, trilha fantástica, sessões de terapia instigantes de Donnie Darko

Pontos Baixos: Efeitos especiais esquisitos

3 comentários:

O Cara da Locadora disse...

Achei um filme sensacional... Brilhante como falam da teoria do Caos de uma forma bem "entendível"...

Unknown disse...

Eu também, adorei o filme! De fato, o único ponto ruim são os efeitos esquisitos.

Anônimo disse...


O filme é bom e eu sempre vou gostar, mas não faz sentido fora da cabeça de Donnie Darko, pois o roteiro apresenta furos.
- O "livro" (sete tópicos e duas páginas) disponível na internet de A Filosofia da Viagem no Tempo foi elaborado por Richard Kelly ao longo do filme e lançado depois para embasar o enredo. Então o filme não é baseado no livro. Tremendo Paradoxo.
- Não há nenhuma explicação por que Donnie Darko é escolhido para salvar o universo. É muita coincidência acreditar que a viagem no tempo de motores a jato só irá colidir com o quarto da pessoa que por acaso tem o poder de fixar a corrupção no tempo, é muita fantasia acreditar que o fato do motor cair no quarto de Donnie de alguma forma o dota de poderes de alterar a realidade.
- Nesta linha de raciocíno (pois o filme não tem nenhum compromisso com a realidade), Donnie não tem que matar sua própria mãe e irmã para arrancar o motor do avião. Isto é gratuito, o motor poderia ter vindo de qualquer plano.
- Donnie não tem que queimar a casa de Jim Cunningham, porque não há necessidade de colocar a mãe e a irmã no avião para salvar o mundo, e também ele não precisa participar de uma festa de Halloween, a fim de completar a sua missão.
- Para Donnie completar sua missão, é necessário nesse momento a visita de Donnie e Gretchen a casa da Vovó Morte, pois lá ocorre o acidente e a morte de Frank; Porém, Donnie só vai lá porque experimenta uma compulsão repentina dentro de sua cabeça, uma alucinação que ele tem na festa. Ele e Gretchen poderiam ter ido em qualquer lugar, até na casa de um pai de santo.
- Gretchen não tem necessariamente que morrer e se tornar um manipulado morto. Ela vai morrer de qualquer jeito, porque o universo tangente está prestes a acabar em poucas horas, e Donnie sabe disto: é a primeira coisa que Frank, o coelho diz a ele. Isso é motivação suficiente para Donnie salvar o universo. Os espectadores podem interpretar por que Gretchen precisa morrer (para encontrar Bin Ladden, para Donnie ficar desesperado.. etc). Se mostra como a motivação que falta para Donnie completar sua missão. A melhor inferência seria que Donnie como receptor vivo não pode exercer seus superpoderes, a menos que ele está em profundo desespero ou tumulto emocional (isso no filme, pois os superpoderes não fazem parte da física quântica, ele é quase um super-homem, pois é pura ficção).
-Donnie não precisa atirar no Frank. Embora a revelação de que Frank, o coelho é uma pessoa real que Donnie mata no futuro é chocante e divertida, soa apenas como encenação, de modo algum necessário para a missão de Donnie. Seu espírito-guia poderia ter sido qualquer um.
-Se Frank como espírito guia é a mesma entidade que Frank como sujeito no qual Donnie mata, há um paradoxo de viagem no tempo: como pode o manipulado morto ser o Frank fantasma antes de se tornar o Frank morto? Sendo assim, ele poderia virar um coelho da páscoa e comer cenouras "tangentes" Se o guia espiritual for outra entidade de algum tipo, então por que o exibicionismo em assumir a forma de Frank? Lembrando que isso foi revelado depois do lançamento em Dvd, o diretor, fala mas não assegura nos extras e comentários que existem dois Franks. Um é o espírito que só aparece para Donnie no universo tangente e o outro é o namorado de sua irmã e atropelador de Gretchen (no universo tangente e primário).
-Porque Samantha e a mãe de Donnie sobrevivem a queda do avião no final cuja turbina mata Donnie? Mesmo seguindo um roteiro diferente do filme sem que Donnie não mate Frank, não conheça Gretchen, não queime a casa e revele a pedofilia de Jim, Donnie morreria com a queda do motor do avião, certo? E, Samantha também morreria com a queda do avião, mas não, no final ela está viva. A diferença de Donnie Darko para sDarko é no enredo. Este pode ter péssimas interpretações e pegar carona na obra de Richard Kelly, porém o enredo é coerente e respeita a física-quântica.